tag:blogger.com,1999:blog-59981468457694988352024-03-12T19:34:05.599-07:00Repórter de SandáliasRepórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.comBlogger75125tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-66447469895547861002013-10-27T16:33:00.000-07:002013-10-27T16:49:13.288-07:00C'est possible!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2Gx7uyiug3DEOefk6QBXrGhj4JRX4V37cSwjS-5o7jpPA0ZifS8ApBOT5OPp2qTfmPWMikMcpFWx1iXYtp7dQejdy3GcyMTkQjxjbNCGaSiOhkoqVsw89dlZQJcn-kcfaNKFpDn6y3Jo/s1600/intocaveis.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2Gx7uyiug3DEOefk6QBXrGhj4JRX4V37cSwjS-5o7jpPA0ZifS8ApBOT5OPp2qTfmPWMikMcpFWx1iXYtp7dQejdy3GcyMTkQjxjbNCGaSiOhkoqVsw89dlZQJcn-kcfaNKFpDn6y3Jo/s320/intocaveis.jpg" width="254" /></a>Adoro a sensação de acabar de ver um bom filme e perceber que não serei mais a mesma pessoa após subirem os créditos. Acabo de me sentir assim ao ver <a href="http://www.adorocinema.com/filmes/filme-182745/">Les Intochables (2011) - Os Intocáveis</a>. E o negócio foi sério, pois até me trouxe de volta aqui no blog, que estava todo empoeirado e com teias de aranha.<br />
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Bom, é um drama que não é dramático... digo, tem sua carga de tragédia e de dor, mas tudo é passado de forma tão leve e tão simples, que nos faz perceber que a vida pode ser bem melhor se encarada, com leveza e simplicidade. E o mais importante, com bom humor: a receita que nos leva à amizade, fraternidade, justiça e solidariedade.<br />
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É bem verdade que já é até lugar comum essa história de que devemos pensar sempre de forma positiva e "<a href="http://letras.mus.br/legiao-urbana/73635/">rir das desgraças da vida</a>", mas o fato é que nunca conseguimos por isso em prática. Algo como o caos no trânsito de nossa cidade já nos tira totalmente do eixo e nos faz xingar Deus e o mundo. Embora, lá no fundo, saibamos que aquilo é momentâneo e que poderia ser muito pior. Por exemplo, podemos aproveitar pra pensar na vida, refletir, relaxar ouvindo música, olhar a rua por outro ângulo que não vemos quando estamos dirigindo, etc.<br />
<br />
O filme fala disso, de aprender a valorizar os pequenos prazeres e de aceitar as situações que a vida nos impõe com positividade, sempre. E mostra isso de forma tão natural, que você se põe no lugar do personagem tetraplégico que não faz nada sozinho, mas ri de sua própria condição ao encontrar a amizade em um oposto a ele em termos de cultura, condição social e de saúde, porque ele se permite a isso. Os dois tornam-se os melhores amigos e nenhuma desgraça é o suficiente para lhes tirar o sorriso do rosto e o bom humor, a não ser quando se separam. É um <i><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Carpe_diem">carpe diem</a></i> que ultrapassa o significado arquetípico da vida louca e sem limites e refere-se a uma maneira de viver encontrando prazeres em pequenas coisas da vida comum.<br />
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Essa semana, por exemplo, me senti estranha ao ler uma reportagem sobre a história de vida de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Malala_Yousafzai">Malala</a>, a menina paquistanesa que levou três tiros de um grupo extremista por insistir em ir a escola, mesmo sob proibição e ameaça de morte, e defender o direito a educação de outras meninas como ela. Pensei, "nossa, tão jovem e essa menina já fez um ato tão grandioso para mudar o mundo, enquanto eu levo uma vida tão rotineira...".<br />
<br />
O filme me fez perceber que não são somente atos grandiosos que mudam as coisas, gestos simples e fraternos também podem mudar muitos destinos, basta acreditar nisso e pôr em prática.<br />
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<br />Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-25210771542408211652013-01-07T05:49:00.004-08:002013-01-12T04:17:42.158-08:00RaízesMaria nasceu menina forte, lá no interior do interior, dobrando à esquerda e seguindo estrada de terra até um cercadinho em uma clareira de uns poucos metros em que se via uma casinha de sapê, com uma janelinha e uma porta.<br />
<br />
A mulata sua mãe puxava água no poço quando veio a dor. Maria veio logo nas mãos da vizinha parteira, chamada às pressas pelo pai, que saiu em disparada no potro que conseguiu em negócio feito com homem da cidade. A menina não derramou lágrima ao vir ao mundo.<br />
<br />
Aquele momento era de alegria e celebração de um milagre. Maria demorou para vingar. O interior era longe e não dava para a mulata ficar indo à cidade fazer pré-natal. Se fosse, era de potro, e o saculejo prejudicava o feto. Depois de perder umas cinco barrigas, chegou a vez da de Maria. Já cansada e sem esperanças de que essa, enfim, fincasse raízes em seu ser, a mulata entregou a gravidez nas mãos de Deus. E foi tudo muito natural...<br />
<br />
A mulata seguiu normalmente sua rotina. Pegava na enxada, puxava a água do poço, fazia os serviços da casa... E Maria ia ali se alimentando daquele dia a dia. O único acompanhamento que tinha era por parte da parteira que aparecia para visitar a mulata prenha uma vez por mês, apanhada na cidade na garupa do potro do pai da criança até o dia do seu nascimento.<br />
<br />
Numa dessas idas à cidade, quando Maria já ia com seus três meses de vida, o caboclo foi e não voltou. Foi a parteira, dessa vez à pé, que levou a notícia para a mulata, um mês depois. Ouviu boato da partida do moço pelo mundo a fora com um grupo de caixeiros viajantes que passaram pela vila e despertaram no caboclo o desejo de saber o que tinha para além das árvores que rodeavam aquele lugar esquecido por Deus.<br />
<br />
A mulata conhecia esse desejo de seu caboclo. Inclusive, o moço falou isso para ela no dia em que concebeu Maria. Foi debaixo do bacurizeiro, no tempo em que estava florido, coisa que se vê só uma vez a cada nove meses. A mulata sempre teve feitiço por aquela árvore plantada ali por seus pais antes que ela nascesse.<br />
<br />
No dia em que recebeu a notícia da partida do caboclo, a árvore já dava fruto. Foi até ela e colheu um belo e maduro bacuri. A mulata comeu da polpa e separou a semente. Foi até o bacurizeiro com a cria no colo e, ali debaixo, deu à menina de mamar. Em seguida, plantou a semente e desejou que, como aquela árvore, que lhe deu sorte na concepção de Maria, a menina, ali, fincasse raízes para não lhe abandonar em sua velhice.<br />
<br />
Maria, então, cresceu junto com o bacurizeiro. Com um ano de idade, já era ensinada pela mãe a regar, cuidar e ter amor pela plantinha. E, assim, a árvore testemunhou todas as fases da vida de Maria: do ventre de sua mãe à primeira infância, da adolescência à mocidade, até aquele dia em que, já mulher feita, conversava com a mulata embaixo das duas árvores.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG_pewUcHxAhc2zQiwqUQDfMIXD_UPAU4Wtk7DeX_OYL7fAdejtUk6cKEj8erqTv3kvDmXjVrRRi0q3mEEZvLbUKrHKdPPk-cHTuiNkxhJnQs7ADpfMWiP7iqf_GL9yQeFgncw2MUaDTcx/s1600/PICT0216.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG_pewUcHxAhc2zQiwqUQDfMIXD_UPAU4Wtk7DeX_OYL7fAdejtUk6cKEj8erqTv3kvDmXjVrRRi0q3mEEZvLbUKrHKdPPk-cHTuiNkxhJnQs7ADpfMWiP7iqf_GL9yQeFgncw2MUaDTcx/s320/PICT0216.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
A mulata sempre repetia para Maria a história da origem daqueles frutos, nascidos pela força das mãos que cuidavam da terra que lhes dava sustento. E, da mesma forma que sua mãe, Maria criou fascínio pelo seu bacurizeiro, sabendo que o primeiro havia sido plantado por seus avós em homenagem a sua mãe, e, o segundo, plantado por sua mãe em sua homenagem. Nunca quis saber do pai, portanto. Maria considerava ter nascido como fruto daquela árvore da qual sua mãe cuidou a vida inteira.<br />
<br />
Até que um dia, o galo cantou e a mulata não se levantou no horário de costume. Maria foi procurar por ela e não a encontrou na cama. Como que por extinto, foi até os bacurizeiros e lá estava a mulata, morta ao pé das árvores. Maria entendeu o que sua mãe queria. Ela mesma, sozinha, cavou ali a sepultura e preparou o túmulo.<br />
<br />
A vida seguiu para Maria, que cuidava da casa, da terra e, em tempos de seca, puxava água do poço para dar de beber aos bacurizeiros. Nunca se interessou por conhecer homem ou a cidade. Levou sua vida ali mesmo, naquela casinha de uma porta e uma janela. Gostava da vida naquele lugar, do som das árvores crescendo em seu redor.<br />
<br />
Quando de nove meses da morte de sua mãe, o bacurizeiro grande floriu. Maria, então, percebeu que a segunda árvore, em altura, encontrou seu tronco com o tronco da primeira, formando uma única copa com duas raízes. A partir daí, ambos os bacurizeiros passaram a florir e dar frutos na mesma época. Maria entendeu que, com isso, sua mãe lhe dizia que permanecia ali com ela, fazendo-lhe companhia para a vida que seria longa e cheia de mistérios.<br />
<br />
Maria era quase uma ermitã, conhecida no vilarejo por seu amor à natureza e aos animais. Vivia reclusa em seu terreno e se alimentava apenas de ervas e frutos, aquilo que podia plantar e ela mesma colher. Apesar de magra e pequena, era forte em sua estrutura e seu emocional. Jamais era vista triste ou doente.<br />
<br />
Passou a receber visitas de crianças e viajantes para ver as árvores gêmeas que mantinha em sua propriedade. Isso a perturbou um pouco em seu sossego, mas não lhe tirou o sorriso do rosto. As pessoas saiam de lá contagiados pela paz que a senhora de cor mulata e pele já bastante enrugada transmitia. Maria viveu até seus 120 anos, lúcida e forte.<br />
<br />
Em um tempo que os bacurizeiros floriam, não foi encontrada em casa pelo grupo de visitantes que ia até sua casa toda semana para ver as árvores. Foram até os bacurizeiros e também não a encontraram, somente o túmulo de sua mãe e um montinho de terra revolvida em que parecia ter sido plantada uma semente.<br />
<br />
Aquela semente, porém, não vingou, pois Maria não havia deixado descendentes. O que se ouve contar é que, uma vez a cada nove meses, quando os bacurizeiros dão flores e, em seguida, frutos, pode-se ver de relance um formato em um dos caules das árvores irmãs que lembra o rosto daquela velha senhora que, ali naquelas terras, fincou suas raízes.Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-91028788940668893232012-10-01T19:46:00.000-07:002012-10-01T20:02:36.295-07:00E os meus pensamentos são todos sensaçõesHá tempos eu não sentia vontade de escrever aqui no blog. Tinha algumas ideias, mas nada me trazia ânimo para sentar em frente ao computador e escrever. Passo, ultimamente, tantas horas em frente à tela que, quando tenho a oportunidade de estar longe dela, agarro com unhas e dentes, embora seja cada vez mais inevitável <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Apocal%C3%ADpticos_e_integrados">integrar-se</a>.<br />
<br />
Essa semana, senti vontade de escrever porque voltei a entrar em contato com o que realmente me motiva a escrever: a literatura. Sim, eu amo a literatura. E falo isso sem medo ou vergonha, sem restrições. Amo ler, amo escrever, amo traduzir com palavras minhas emoções. A literatura me faz sonhar, me faz criar um mundo paralelo, ainda que, para alguns, um mundo antiquado, fora de moda.<br />
<br />
Começando em um novo trabalho, dia desses, um vizinho de mesa me pergunta: <i>"Qual é mesmo a tua formação?"</i>. Com um tanto de orgulho na voz, respondo: <i>"Jornalismo, com especialização em Língua Portuguesa e mestrado em Estudos Literários".</i> E ele solta a pérola: <i>"Caraca, tu deves ser muito chata!"</i>. Julgada que fui, achei graça, e perguntei a mim mesma: <i>"Como pode alguém não gostar de literatura? A sorte é que o mundo é feito de pessoas diferentes!"</i>.<br />
<br />
As palavras têm força e poder. Alguém que sabe manipular palavras e criar um texto para puro deleite e contemplação é um verdadeiro artista. Eu estou longe de ter esse dom, mas sei apreciá-lo. Um escritor é um escultor de sentimentos, um afagador de almas. É alguém que vê além do que seus olhos podem ver e supera o concreto, é todo sensações.<br />
<br />
Na minha humilde opinião de leitora, acho incrível o que a leitura é capaz de fazer com as pessoas e com as coisas: a literatura faz nascer, faz mudar, faz crescer... Alguns minutos em um ambiente totalmente propício para esse entendimento, a <a href="http://www.hangarcentrodeconvencoes.com.br/site/agenda_detalhe.php?nIdAgenda=250">Feira Pan-Amazônica do Livro 2012</a>, foram suficientes para ter certeza de que a literatura não me faz chata, mas sim, me faz maior, do tamanho do que minha imaginação pode vislumbrar.<br />
<br />
Em <a href="http://reporterdesandalias.blogspot.com.br/2010/08/o-escritor-moderno-e-neoliteratura.html">outros posts</a>, já critiquei as proporções que este evento tomou em minha cidade, mas, ainda assim, é inevitável não reconhecê-lo como uma grande celebração à literatura, há de saber aproveitar seus bons momentos, separar o joio do trigo e saber colher os frutos: as imagens mentais e as sentimentalidades que nos permitirem o verso e a prosa.<br />
<br />
Quem escreve e quem lê pode ser quem ou o que quiser, ou, quem sabe, qualquer coisa de intermédio, como diria <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_S%C3%A1-Carneiro">Sá-Carneiro</a>, o amigo dileto do homenageado desta edição da Feira. Muitos em um, um em vários, <a href="http://www.brasilescola.com/literatura/fernando-pessoa-seus-heteronimos.htm">uma Pessoa em Fernando, Fernando em várias pessoas</a>: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis... mas do que seres de papel, seres de sentimento, seres cheios de alma, ainda que alma feita de letras e palavras.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB_hWMVG5SBot6GJ2MDJD2lMlTxZLInSpx_HeqIu50_Pcdhyc-s3lltOyBcIycdtzK7MFMGBunO4QQ-CCI_V0QYVXKrQLLY8jPo6Opk5rWo5YPnUzMTFZyRmLvCUsjGyYO_FO8wB5dVRSt/s1600/autopsicografia-fernando-pessoa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB_hWMVG5SBot6GJ2MDJD2lMlTxZLInSpx_HeqIu50_Pcdhyc-s3lltOyBcIycdtzK7MFMGBunO4QQ-CCI_V0QYVXKrQLLY8jPo6Opk5rWo5YPnUzMTFZyRmLvCUsjGyYO_FO8wB5dVRSt/s320/autopsicografia-fernando-pessoa.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Pessoa - e todos os seus "eus" - queria ser poeta como as flores florescem e têm cor, permitindo-se dizer tautologias, porque, ainda que cheio de pensamentos, a poesia o livrava do peso de pensar, sabendo-se por isso, não do tamanho de sua altura, mas do tamanho do que sua alma o permitia ver e, mais do que ver, enxergar.<br />
<br />
Fernando Pessoa sabia-se poeta, se sabia sábio e, ao mesmo tempo, sabia que precisava saber mais:<br />
<span style="background-color: lightyellow;"><br /></span>
<span style="background-color: lightyellow;">"Não sou nada.</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;">Nunca serei nada.</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;">Não posso querer ser nada.</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;">À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"</span><br />
<br />
Olhar o mundo com as lentes do poeta é entender que:<br />
<span style="background-color: lightyellow;"><br /></span>
<span style="background-color: lightyellow;">"Tudo vale a pena se a alma não é pequena"</span><br />
<br />
É entender com naturalidade, a complexidade do mundo, querendo-se, por isso, mas simples e:<br />
<span style="background-color: lightyellow;"><br /></span>
<span style="background-color: lightyellow;">"Leve, leve, muito leve, um vento muito leve que passa, E vai-se sempre muito leve..."</span><br />
<br />
Chata para alguns, essencial para outros, a literatura é vento, mas também é ar. E penso nela não como quem, simplesmente, sente a brisa, mas como quem respira.<br />
<span style="background-color: lightyellow;"><br /></span>
<span style="background-color: lightyellow;">"Olá, Guardador de Rebanhos,</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;">Aí, à beira da estrada,</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;">Que diz o vento que passa?</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;"><br /></span>
<span style="background-color: lightyellow;">Que é vento, e que passa,</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;">E que já passou antes,</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;">E que passará depois</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;">E a ti, o que te diz?</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;"><br /></span>
<span style="background-color: lightyellow;">Muita coisa mais do que isso</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;">Fala-me de muitas outras coisas</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;">De memórias e saudades</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;">E de coisas que nunca foram..."</span><br />
<span style="background-color: lightyellow;"><br /></span>
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/0qCgprU8P8w" width="560"></iframe>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-50754145720819274402012-06-11T18:43:00.000-07:002012-06-11T19:16:40.325-07:00No teu olhar, eu leio<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf6bObA5psMT-m7sKPSocgM_UCt_bwngC4Sp19d3dxmVM3Padeir4aZAJN7jc1UCJZlFl326jOjo7OEpanBpdmTEFX_NFQ1bh5FRVf8TlOfH1nJUwtDTeHRD0SPUVqK8h7M1OsXXfctC6m/s1600/PasseioPublico-BelleEpoqueNirez.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf6bObA5psMT-m7sKPSocgM_UCt_bwngC4Sp19d3dxmVM3Padeir4aZAJN7jc1UCJZlFl326jOjo7OEpanBpdmTEFX_NFQ1bh5FRVf8TlOfH1nJUwtDTeHRD0SPUVqK8h7M1OsXXfctC6m/s320/PasseioPublico-BelleEpoqueNirez.jpg" width="320" /></a>Eu me apaixonei por Amaro no passeio público. Foram cinco anos de romance. Ele vinha do lado oposto ao meu e trocávamos olhares. Belos olhos castanhos claros ele tinha. Combinavam com os meus, cor de mel. Nunca trocamos palavras, apenas olhares. Assim nos conhecemos e nos amamos.<br />
<br />
Amaro é o nome que escolhi para ele, porque tinha a ver com seus olhos, Sorríamos, piscávamos, abaixávamos o olhar timidamente e, assim, dizíamos tudo: <i>Eu te vejo e eu te amo!</i><br />
<br />
Era possível perceber quando o olhar estava triste, quando estava radiante, quando havia dúvida... Havia dias que ele me olhava com ternura, em outros, olhava-me com desespero. Houve momentos em que me olhou com raiva, um furor misturado com desejo e paixão. Eu retribuia o olhar!<br />
<br />
Ah, aqueles olhos, por alguns segundos em cima dos meus... Apenas o tempo de cruzarmos um o caminho do outro, deixando escapar também nossos cheiros e o rumor de nossos passos.<br />
<br />
Dávamos voltas na praça. Todos os dias no mesmo horário. A luz do fim de tarde deixava os olhos dele ainda mais bonitos. Caminhávamos até escurecer. Não houve momento em que nossos olhos se tocassem que meu coração não batesse forte ao ponto de quase sair pela boca. Era um passamento, um frio na barriga, um comichão na pele.<br />
<br />
Ele olhava minhas mãos envoltas em luvas, segurando o cabo da sombrinha. Ele olhava a barra da minha saia acabada em renda e que farfalhava na calçada deixando a mostra a pontinha dos delicados sapatos. Outras vezes, ele olhava a cintura apertada no vestido e o peito arfando no espartilho. Oh, Amaro...<br />
<br />
Aquele olhar, ah, aqueles olhos, eu os via mesmo de olhos fechados. Eu voltava para casa com o suave toque daquele olhar e sonhava com ele. Nós nos olhávamos!<br />
<br />
Mas não apenas a nós mesmos. Também olhávamos o universo ao nosso redor. Vimos mudar as estações, as folhas caírem das árvores, as flores nascerem e murcharem... vimos soprar o vento do progresso. Vimos a paisagem se tornar outra: as ruas foram ficando mais movimentadas, de carros e de gentes; as casas e sobrados foram dando lugar aos pontos de comércio e cortiços... O passeio público não era mais o mesmo. Até que veio a notícia: uma rodovia, uma grande rodovia passaria por aquele local.<br />
<br />
Lembro do dia em que trocamos nosso último olhar! Ele veio cabisbaixo... Meus olhos lagrimavam. Diminuímos o passo, quase paramos. Ai, não fosse o quase... Ele me olhou mais demoradamente, um doce olhar. Passamos um pelo outro e viramos nossas cabeças para olharmos por mais alguns segundos.<br />
<br />
Hoje, meus olhos não são mais os mesmos. Eles viram muitas coisas e também fecharam-se para outras. Os meus olhos estão envoltos em rugas e pele envelhecida... Ainda vejo o olhar de Amaro quando os fecho para sonhar. Vou-me dessa vida com a certeza de que vi e vivi um verdadeiro amor: coisa rara nesse novo mundo... um mundo táctil, de concreto.Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-42910019653778283742012-05-02T19:56:00.001-07:002012-05-03T11:07:34.491-07:00Quem inventou o amor?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt7G8_yt1UxIsRyP71mSmPdSD3MJxTzIneFgWb-iWc9n6BLlKzub_gCkau5Ppc3PI2H9H3ZAHr0-cA3KTkhYrSRXH-bdBHI76yVm8duzFRlME1v5CARWWFfXu0vwPBDG6LgQyQYM3bvsk6/s1600/amor.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt7G8_yt1UxIsRyP71mSmPdSD3MJxTzIneFgWb-iWc9n6BLlKzub_gCkau5Ppc3PI2H9H3ZAHr0-cA3KTkhYrSRXH-bdBHI76yVm8duzFRlME1v5CARWWFfXu0vwPBDG6LgQyQYM3bvsk6/s1600/amor.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje eu gostaria de refletir sobre o amor, começando por dizer que amor que é amor não se importa com coisas pequenas, as coisas fúteis da vida, sabe, aquelas passageiras?!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O amor que é amor permanece acima de tudo, acima dos quilos a mais, acima das incompatibilidades de gostos, valores e personalidades.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O amor é cheio de beleza, o que eu amo é belo, independentemente da cor, da forma, dos adereços. Ele também me deixa ser o que eu quiser, como eu quiser, e me ama assim mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Amor que é amor é flexível, para que caiba nele ainda mais amor. É paciente, é bondoso, é compassívo... Qualquer semelhança com<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Ep%C3%ADstola_aos_Cor%C3%ADntios"> Coríntios 13</a> não é mera coincidência: é amor! Existe desde que o mundo é mundo e é bíblico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Amor que é amor é aquele que vem de duas partes, é dois em um, um mais um igual a uma dupla de um: dois corpos, dois corações, mas um só sentimento. É a dor de um que dói no outro, na mesma medida... Não tem fórmula, nem lógica!</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É fazer tudo, mas TUDO, junto, sem se enjoar da sua companhia. É se amar tanto ao ponto de querer amar o tempo todo e, nas horas vagas, amar mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O amor que é amor é realmente grande, ENORME, do tamanho de 1001 galáxias e mais o infinito, para que nele haja bastante espaço para a compreensão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O amor está na pele, no brilho do olhar, na textura do cabelo e na extensão do sorriso de quem ama e se sente amado, de quem é verdadeiramente amado, de quem tem todo o amor do mundo. É um eterno aprendizado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Amor que é amor não deixa lacunas, pelo contrário, completa, preenche os vazios, ele não cobra, não deixa sofrer, não deixa só, ele se preocupa igual e busca a solução em conjunto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O amor não é mesquinho, é generoso, por isso, ele não se sacrifica, ele se doa, se dá, sem esperar nada em troca. Ah, mas ele também não se planta, viu?! Brota, assim mesmo, do nada - até entre duas pedras - e vive. Mas é preciso regar para crescer, florir e gerar frutos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele é mesmo piegas, meloso, cheio de açúcar, previsível e até lugar comum, mas também sabe surpreender e deixar zonzo de tanto amor. Embora seja, ou pelo menos deveria ser, mais emocional do que físico, mas sobre isso <a href="http://letras.terra.com.br/rita-lee/74440/">Rita Lee</a> já refletiu muito bem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E as comparações poderiam continuar <i><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ad_infinitum">ad infinitum</a></i>, mas amor que é amor não se reduz a metáforas. Ele fala por si mesmo. Percebeu? Ele FALA, não guarda segredos, desabafa, discute relação!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O amor conversa, não manda recados, mas, às vezes, é inevitável até para o amor, mas só para o amor que é amor, porque esse é complexo, é profundo, é contraditório, embora constante... nunca foi fácil, em nenhuma geração... Ou, talvez, seja tão simples, mas tão SIMPLES, que acaba se complicando de tanta simplicidade!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Amor que é amor aceita, perdoa, releva... é amor até debaixo d'água, no meio de um incêndio, sob tempestades e tufões. O amor prevalece SEMPRE!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas isso não é uma declaração de amor, embora eu ame e AME MUITO! Isso é só uma forma de eu perceber que eu ainda não sei amar e de como eu gostaria de ser amada dessa forma...<br />
<br />
Mas o amor não tem forma, lembra?<br />
<br />
E voltamos, de novo, ao princípio...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quem inventou? ME EXPLICA, POR FAVOR!!!!<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/hCFRn3BnJaE" width="420"></iframe>
<br />
<br />
Quer saber? Não tem explicação!! É O AMOR!<br />
<br /></div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-14692552514108169142012-03-24T19:10:00.003-07:002012-03-24T19:26:57.760-07:00Não, Tempo, não zombarás de minhas mudanças!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg608se0Z_D9I0ZZMY0-CbzBKUBpeO7KZinAxdsU03crOn2T6cBOFIQGFbkLUVAEyIslhR0ALH5A3FrblSPsauKNJY9Qdi4_jBS8pwP9dJhqE66OKc7bc3EeUL0uRDCnJ4mVs1Y9cc_aoT/s1600/25.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="152" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg608se0Z_D9I0ZZMY0-CbzBKUBpeO7KZinAxdsU03crOn2T6cBOFIQGFbkLUVAEyIslhR0ALH5A3FrblSPsauKNJY9Qdi4_jBS8pwP9dJhqE66OKc7bc3EeUL0uRDCnJ4mVs1Y9cc_aoT/s200/25.jpg" width="200" /></a></div>O tempo passa, a gente cresce e eis que, de repente, a nossa vida já não é mais a mesma de há alguns anos. Foi assim: de repente, dormi menina, acordei mulher. Sim! Mulher. Apesar de meu rosto e meu tamanho enganarem.<br />
<br />
E eu que nunca soube negligenciar nada, tomo para mim o escudo e a espada, enfrentando o que tiver que enfrentar.<br />
<br />
Acho que esse é o processo natural da existência humana na civilização: ser criança, crescer, ser jovem, amadurecer, ser adulto, batalhar e vencer, embora nem todos consigam...<br />
<br />
Digamos que cumpro bem meu papel. Sigo a linha do tempo, sempre constante, na normalidade do cotidiano presente.<br />
<br />
Talvez eu seja uma dessas heroínas: filha, mãe, amiga, irmã, mulher, menina, amante... <strike>Talvez minha existência não seja tão medíocre quanto, às vezes, me parece...</strike> Talvez eu deva <a href="http://pensador.uol.com.br/frase/NTM1MTMw/">sentir um acréscimo de estima por mim mesma</a> e mereça congratulações por um 8 de março que já vai longe...<br />
<br />
Whatever.Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-11653500519285879662012-02-26T20:10:00.004-08:002012-03-24T19:29:07.122-07:00Queira ou não queira terminou o Carnaval...<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;">"O Marajó é uma coisa fantástica, só você vendo… E depois de ver, é capaz de não acreditar. Você vê, sente, vive o Marajó; Contar é difícil. Adianta?..." </span><br />
<span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj01E2Nikb3anQQ4rgcME6zqr4IvqoY2kYFfTp8FjnEDQA35ujehQXIku7YxZurYmlKhBjKvocLW_oldNAoCwlS0bqVMsvm4fiXTs3dDurHjnCGh1q0QiYqMNooNI9pvtvS3SQ4oGl6AZ7X/s1600/soure2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="109" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj01E2Nikb3anQQ4rgcME6zqr4IvqoY2kYFfTp8FjnEDQA35ujehQXIku7YxZurYmlKhBjKvocLW_oldNAoCwlS0bqVMsvm4fiXTs3dDurHjnCGh1q0QiYqMNooNI9pvtvS3SQ4oGl6AZ7X/s200/soure2.jpg" width="200" /></a></div><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Drummond_de_Andrade" style="font-family: inherit; line-height: 19px;">Carlos Drumond de Andrade</a><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"> escreveu </span><a href="http://dariopedrosa.com/?page_id=3646" style="font-family: inherit; line-height: 19px;">essa crônica</a><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"> em 1981 sem nunca ter ido ao Marajó. Só de ouvir falar! Esteve lá através de relatos por correspondência com uma certa moça paraense e conseguiu recriar a Ilha no seu imaginário.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;">Imagina, então, se ele tivesse presenciado a cena: o mar misturando-se aos rios, os furos de água cristalina, a revoada dos <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Guaras.jpg">guarás</a>, o galope dos vaqueiros, os búfalos convivendo pacificamente com os homens, a travessia dos <a href="http://pasquineiras.blogspot.com/2010/04/aventuras-nauticas1.html">pôpôpôs</a> no lusco fusco do fim de tarde... Cenário de <a href="http://tvg.globo.com/novelas/amor-eterno-amor/Fotos/fotos/2012/02/faca-um-passeio-por-alter-do-chao-soure-e-belem-onde-foram-gravadas-cenas-de-amor-eterno-amor.html#F79750">novela</a>. Aí, sim, tenho certeza que não saberia se olhava, bebia ou mergulhava na paisagem!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;">O <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Maraj%C3%B3">Marajó</a> é puro encantamento, uma viagem no tempo, um transbordamento de memórias e emoções. A Ilha transpira histórias da época do descobrimento, das grandes navegações, da colonização e missões.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 19px;">Do tempo da crônica de Drumond pra cá, <a href="http://ecoviagem.uol.com.br/brasil/para/salvaterra-ilha-de-marajo/">Salvaterra</a> cresceu absurdamente. É a cidade mais desenvolvida da Ilha, onde prosperam o comércio e a modernidade. <a href="http://ecoviagem.uol.com.br/brasil/para/soure-ilha-de-marajo/">Soure</a>, não. Permanece em ritmo pacato de cidade interiorana, de praias recém descobertas, dos grandes casarões e dos sobrados coloniais que dividem espaço com tendências mais modernistas ao estilo <a href="http://www.ufpa.br/beiradorio/novo/index.php/2011/122-edicao-91--fevereiro/1162-modernidade-com-baixo-custo">raio-que-o-parta</a>. </span><span style="line-height: 19px;">Ambas as cidades foram planejadas como no modelo novaiorquino, com as ruas numeradas, cortadas por travessas sem nome, só números. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj01E2Nikb3anQQ4rgcME6zqr4IvqoY2kYFfTp8FjnEDQA35ujehQXIku7YxZurYmlKhBjKvocLW_oldNAoCwlS0bqVMsvm4fiXTs3dDurHjnCGh1q0QiYqMNooNI9pvtvS3SQ4oGl6AZ7X/s1600/soure2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="font-family: inherit;"></span></a><span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 19px;">Os cinco dias do Carnaval são pouco para conhecer tudo que as cidades e a Ilha têm a oferecer. É preciso optar entre os blocos de rua em que os mascarados dividem a alegria com as crianças, e, as fazendas que abrigam os jacarés e escondem o suspiro da </span><a href="http://www.sumauma.net/amazonian/lendas/lendas-cobragrande.html" style="line-height: 19px;">cobra grande</a><span style="line-height: 19px;">.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;">Depois de um naufrágio de um navio - que não se sabe se indiano ou francês - no no rio que dá acesso a Soure, impedindo embarcações de grande porte de atracarem diretamente lá, Salvaterra passou à frente em termos de desenvolvimento, mas os resquícios de história permanecem por toda parte: na lembrança dos moradores mais antigos, nas ruínas de <a href="http://www.ufpa.br/beiradorio/novo/index.php/2011/130-edicao-98--outubro/1259-para-ver-reliquias-e-contar-a-historia-">Joanes</a>... Não fosse a crônica de Drumond eu poderia jurar que o nome "Joanes" é por causa das joaninhas que, lá, encontram-se aos montes, símbolo de boa sorte, fortuna, fartura e amor verdadeiro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;">Os turistas chegam a todo instante, de todos os lugares do Brasil e do mundo, para conhecer a Amazônia na sua forma nativa, o povo marajoara, nem índio, nem negro, nem branco: mestiço, genuinamente caboclo. Enfim, não são raros os casos de gringos que se apaixonam e acabam ficando por lá.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggTnoEwBzcE1ge8XmS0JHHtel47_TfrTTZrbc0KhySR7cncz6-CU2oUmzpPXNakmS2CP8s9SRrwGx4iXUpBiH5eeBT_mg7so10MZQSo8SwbZy7aWPffGbZsnhHRZeu4VNklHqXhf7JRdV2/s1600/Border_Collie_600.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" height="163" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggTnoEwBzcE1ge8XmS0JHHtel47_TfrTTZrbc0KhySR7cncz6-CU2oUmzpPXNakmS2CP8s9SRrwGx4iXUpBiH5eeBT_mg7so10MZQSo8SwbZy7aWPffGbZsnhHRZeu4VNklHqXhf7JRdV2/s200/Border_Collie_600.jpg" width="200" /></span></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;">Foi o que aconteceu com o britânico <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Border_collie">border collie</a>, que adotou a Praia Grande, de Salvaterra. Trazido por um inglês para uma temporada na Ilha, não quis mais saber de outra vida. Primeiramente foi levado a passeio ao ponto mais alto da praia. Depois, começou a ir para o mesmo ponto toda manhã por conta própria. O dono ia buscá-lo no fim do dia e ele voltava relutante até que, certo dia, foi parar lá com um pedaço de sua casinha de madeira e, por opção, fincou ali o seu lar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;">Carinhosamente apelidado de turista, o cachorro recebe os visitantes, corre livremente pela areia, banha-se na imensidão do mar-rio e é capaz de ficar horas e horas olhando para o horizonte, ao som das ondas, com o ar sábio de quem escolheu com o coração o lugar para viver. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;">O Marajó tem dessas coisas, tem seus mistérios, seus encantos... Para usar as palavras de Drumond: "Eta arquipélago danado, deslumbrando, perturbando a vista miudinha da gente!". E olha que eu vi! </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;">******</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19px;">Pena que o Carnaval acabou, mas ano que vem tem mais!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 19px;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-3317371557420083142012-01-27T07:21:00.001-08:002012-01-28T07:25:51.152-08:00O baú das lembranças<div style="text-align: justify;">Às vezes é inevitável ir lá no velho baú de prata onde ficam as lembranças. Lembro da época em que a atual <a href="http://imageshack.us/photo/my-images/84/pa260021zh0.jpg/sr=1">Av. Rômulo Maiorana</a> sequer era asfaltada, só um monte de piçarra e barro batido. O fim da <a href="http://maps.google.com.br/maps?rlz=1C1SKPL_enBR429BR429&q=av.+almirante+barroso+bel%C3%A9m+par%C3%A1&um=1&ie=UTF-8&hq=&hnear=0x92a48b89e264e4af:0x3c5b29a423d14466,Av.+Alm.+Barroso+-+Bel%C3%A9m+-+PA&gl=br&ei=gbwiT8zJEsnvgge4zInRDQ&sa=X&oi=geocode_result&ct=image&resnum=1&ved=0CCQQ8gEwAA">25 de Setembro</a>, conhecida pelas curvas em S ao redor dos grandes canteiros que serviam às brincadeiras infantis nos fins de tarde.</div><br />
<div style="text-align: justify;">Não passavam ônibus por lá, mal passava gente: era só os fundos do Bosque, hoje, <a href="http://www.achebelem.com.br/pontos-turisticos/bosque-rodrigues-alves">Jardim Botânico Rodrigues Alves</a>. O tempo passou e foram muitas as mudanças. A rua mudou, inclusive, de nome para homenagear o fundador de um dos principais jornais locais de Belém, que tem sua redação e ilha de impressão instaladas em um de seus quarteirões. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVG7EAjQ4I6KobCPFi0FPMx59Ve24Jh0XZnv1liCPC9MOdDjTIiRonuN8aBPrsAhApokn6c4MXE3D9zMiGwBRGCVpr3cT7tuWixVtOtyn28LZA2G3niulMSrF2TFLZQKTnGptcov5SzR6l/s1600/romulo+maiorana.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVG7EAjQ4I6KobCPFi0FPMx59Ve24Jh0XZnv1liCPC9MOdDjTIiRonuN8aBPrsAhApokn6c4MXE3D9zMiGwBRGCVpr3cT7tuWixVtOtyn28LZA2G3niulMSrF2TFLZQKTnGptcov5SzR6l/s200/romulo+maiorana.jpg" width="200" /></a></div>Atualmente, carros e ônibus disputam espaço por lá. Várias pessoas também disputam a vez nos aparelhos da academia ao ar livre ou, simplesmente, o calçadão do Bosque (para mim sempre será Bosque), que serve a caminhantes e a quem está a caminho. Lá, as crianças vão tomar o sol da manhã e os idosos vão fazer seus exercícios.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até mesmo alguns dos animais que tem no Bosque um refúgio vêm, vez ou outra, olhar o movimento da Avenida. "Olha a fruta, freguesa!". E, rápido, os macaquinhos aparecem para ganhar o seu quinhão. Entre um passo e outro, é só olhar para cima: lá está uma preguiça, no alto de uma das árvores centenárias. Com o ouvido e olhar atentos, através da grade mesmo, percebe-se também cotias e tatus se esgueirando na mata.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bel%C3%A9m">Belém</a> tem 396 anos. Já o Bosque Rodrigues Alves foi fundado em 1883 no bairro do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_(Bel%C3%A9m)">Marco</a>, assim chamado pelo fato de ter sido considerado a primeira légua de crescimento de Belém, delimitando a área da cidade, até então, o ponto mais distante de urbanização já atingido, se considerado o atual centro histórico, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_do_Castelo_de_Bel%C3%A9m">onde nasceu a morena do Grão Pará</a>. Hoje, a Região Metropolitana vai bem mais além, envolvendo os municípios de Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara e Benevides.<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsnMezdmiWI14g_f2m0I0vYXOlpBqDZ2M6I6ohofnVmkQeBknXtToEWHTmASsKBvf_ZkySTB93H9oMKypXEfvGx0ce1IHVhph5t5hEBnjSGKsf80WlYMZo6vVnt3nhMtq6x3PJoH1Jzs-v/s1600/bosque.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsnMezdmiWI14g_f2m0I0vYXOlpBqDZ2M6I6ohofnVmkQeBknXtToEWHTmASsKBvf_ZkySTB93H9oMKypXEfvGx0ce1IHVhph5t5hEBnjSGKsf80WlYMZo6vVnt3nhMtq6x3PJoH1Jzs-v/s200/bosque.jpg" width="200" /></a></div><div style="text-align: justify;">Eu cresci junto com esse bairro. Aliás, o Bosque me viu crescer. Passeios de domingo, Dia das Crianças, excursão da escola... No presente, sou eu que levo minha sobrinha para ver lá o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Peixe-boi">peixe-boi</a>, um único exemplar da espécie, naquele <a href="http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=450381">pedacinho de Amazônia bem no coração da Metrópole</a>, um refúgio de paz em meio a uma das ruas mais movimentas da cidade, a <a href="http://maps.google.com.br/maps?rlz=1C1SKPL_enBR429BR429&q=av.+almirante+barroso+bel%C3%A9m+par%C3%A1&um=1&ie=UTF-8&hq=&hnear=0x92a48b89e264e4af:0x3c5b29a423d14466,Av.+Alm.+Barroso+-+Bel%C3%A9m+-+PA&gl=br&ei=NhMkT_OLG4WRgwf1yNHqCA&sa=X&oi=geocode_result&ct=title&resnum=1&ved=0CCUQ8gEwAA">Av. Almirante Barroso</a>, paralela à Av. Rômulo Maiorana.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Apesar de já ter perdido seus dias de glória, o Bosque permanece sendo bastante visitado e recebe as crianças que ainda não foram totalmente arrebatadas pelos DVDs, vídeo games e jogos virtuais. Quero um dia poder levar meus filhos até lá e contar histórias de encantados: o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Curupira">curupira</a>, a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Iara">sereia Iara</a>, o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Boto">boto</a>..., no Bosque, têm até monumentos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhofaSCJyiHBBIRP2MOQ4Wckr1Mx-BZqEBaMpjljTG3lgAHcGypwDa_gABcsic3j8HAo3dKBPlf2Ufd1euWYH2y_RIFAFoK-7Y5_3IBkVjjBeaKSozYiXx-Chvp86BjEf-1wkbEh7JZcWn_/s1600/jabutis.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhofaSCJyiHBBIRP2MOQ4Wckr1Mx-BZqEBaMpjljTG3lgAHcGypwDa_gABcsic3j8HAo3dKBPlf2Ufd1euWYH2y_RIFAFoK-7Y5_3IBkVjjBeaKSozYiXx-Chvp86BjEf-1wkbEh7JZcWn_/s200/jabutis.jpg" width="200" /></a>Lembro de um episódio da minha infância em que, em um belo dia, foi parar em minha casa um jabuti. Era fêmea e a batizamos de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tieta_do_Agreste_(livro)">Tieta</a>. Ela só ficava no quintal, no seu ritmo lento de vida. Minha irmã, ao tentar segurá-la, assustou-se e a deixou cair, quando quebrou um pedacinho do seu casco. Alguns dias depois, Tieta não estava mais no quintal. Meu pai disse tê-la levado para morar no Bosque, talvez, uma desculpa para não dizer que, na verdade, a levou para a panela.<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Durante muitos dos meus anos de criança, fui ao Bosque para visitar Tieta. Ainda hoje, quando vou por lá, é inevitável procurar com o olhar, nos lagos de água encardida, um jabuti de casco lascado, é inevitável não abrir o baú de prata onde ficam as lembranças...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;">****</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Atrasado, mais a tempo de marcar o mês de aniversário de Belém (12 de janeiro).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">:)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-33956873239315789482011-12-31T07:26:00.000-08:002011-12-31T13:29:03.201-08:00Balanço<div style="text-align: justify;">2011 encerra hoje com um saldo positivo. Sim, foi um bom ano. O <a href="http://reporterdesandalias.blogspot.com/">Repórter de Sandálias</a> teve 11 posts e 2.685 visualizações de páginas em 10 países diferentes (Brasil, EUA, Portugal, Alemanha, Coreia do Sul, Paquistão, Rússia, Japão, Letônia e Taiwan).</div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É claro que isso é bem menos do que eu poderia escrever se não estivesse um pouquinho ocupada fazendo mestrado (em 2009 foram 35 posts, caindo para 12 posts em 2010, quando comecei a pós), mas uma das minhas metas para 2012 é, justamente, cuidar melhor do blog, atualizá-lo com mais frequência e ter mais carinho pelos meus leitores que, embora sejam poucos, são fiéis.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-b0BI0OexpfQ/Tv8o4_QO8BI/AAAAAAAAARs/n4S61EW4AH0/s1600/Sobre_o_blog.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="170" src="http://3.bp.blogspot.com/-b0BI0OexpfQ/Tv8o4_QO8BI/AAAAAAAAARs/n4S61EW4AH0/s200/Sobre_o_blog.jpg" width="200" /></a>Afinal, a bloqueira que agora vos fala (ou vos escreve - a pergunta cruel da banca examinadora ainda ressoa em minha cabeça desde a defesa: <i>"O que é a escrita para você, Jéssica?"</i>) é mestre em literatura!<br />
<br />
Ainda não sei bem o que fazer com esse título, mas o obtive com muito esforço, noites perdidas e baladas recusadas, o que me renderam duas olheiras fundas e roxas que eu não tinha até 2009, antes de começar o mestrado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Já o saldo positivo é bem mais promissor: um novo blog! Para todos que, como eu (e como a minha banca não pode deixar de perceber: <i>"Você tem que tomar distanciamento, Jéssica!"</i>), são apaixonados pela blogosfera.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O blog <a href="http://webliteratura.ufpa.br/">Webliteratura</a> é o produto final da minha dissertação de mestrado. Ele não era o objetivo principal, mas tornou-se o objetivo fim da pesquisa. Portanto, um novo espaço para discutirmos, comentarmos ou simplesmente navegarmos pelos bytes (web)literários da <a href="http://letras.terra.com.br/gilberto-gil/68924/">informaré</a>, como diria Gilberto Gil (ouça <a href="http://www.youtube.com/watch?v=628zOWAy64g">aqui</a>). </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É fato que o blog mal foi criado e já está desatualizado, mas isso é porque eu também sou filha de Deus e mereço um bom descanso. Logo, logo pretendo voltar à ativa e, quem sabe, transforme o <a href="http://webliteratura.ufpa.br/">Webliteratura</a> em projeto de extensão!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como a vida não é feita só de trabalho, eu também fiz a minha lista de promessas de ano novo. Quero um 2012 mais leve, com mais leituras feitas por prazer do que aquelas leituras obrigatórias, se me permitem a analogia. Então, vamos às metas:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">1 - Acordar tarde, dormir depois do almoço e ir pra cama cedo (foi comprovado cientificamente que dormir bem, faz a gente <a href="http://www.grzero.com.br/beneficios-do-sono-dormir-bem-faz-pensar-melhor-e-ate-emagrecer/">pensar melhor!</a>).</div><div style="text-align: justify;">2 - Namorar muuuuiiiiitoooo!!!</div><div style="text-align: justify;">3 - Fazer exercícios físicos (adeus sedentarismo!).</div><div style="text-align: justify;">4 - Comer menos e melhor (sinto muito pizzas e x-burgeres, quero qualidade de vida!).</div><div style="text-align: justify;">5 - Ler mais livros, de preferência, romances (aqueles que os professores não recomendam).</div><div style="text-align: justify;">6 - Ver mais filmes e ir mais ao cinema (passei 2011 inteiro assistindo apenas animações e comédias românticas para me abstrair da rotina <i>hard...</i>).</div><div style="text-align: justify;">7 - Me atualizar em termos de música e ir mais a shows (descobri um paraíso de cds e dvds na <a href="http://sketchup.google.com/3dwarehouse/details?mid=66b8acd22f9ee9ae3a540c61e9ed5673">Big Bem da Batista Campos</a>).</div><div style="text-align: justify;">8 - Passear mais ao ar livre (odeio a sensação de começar a trabalhar em dia claro, nem ver que choveu, nevou, passou um furacão ou pegou fogo na casa da esquina para sair do escritório em noite alta...).</div><div style="text-align: justify;">9 - Viajar mais, conhecer lugares novos e visitar os que já conheço com um novo olhar.</div><div style="text-align: justify;">10 - Rir mais, sorrir, gargalhar, achar graça e todos os sinônimos possíveis para o ato de mostrar os dentes em uma manifestação efusiva de alegria (xô, esteresse!).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">São promessas fúteis, eu sei, mas eu mereço!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">:)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E vocês, me contem, quais as suas metas para o ano novo?</div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-56392484682090750012011-10-15T08:04:00.000-07:002011-10-15T08:08:32.923-07:00Me escreva tão logo possa<div style="text-align: justify;">Ando meio ausente, minha gente, é verdade. Mas é por uma boa causa. Estou finalizando <a href="http://reporterdesandalias.blogspot.com/2009/09/minha-versao-dos-fatos.html">A Pesquisa</a>. É, <a href="http://reporterdesandalias.blogspot.com/2011/08/blog-uma-nova-literatura.html">essa</a> mesma... Mas não desistam de mim! Em breve, o blog volta com super novidades. Enquanto isso, vai um rascunho de um dos "n" projetos que existem na intenção desta pesquisadora e que um dia hão de tornarem-se reais. Aproveito para pedir a opinião de vocês: digam-me, fariam diferente? Que nomes dariam aos personagens? Como imaginam o desfecho?</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Projeto para um romance:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Alguém escreve cartas aleatórias, sem destinatário específico, mas com palavras que se enquadram ou encontram identificação em diversos dramas cotidianos, pois fazem referência a conflitos humanos comuns à vida ordinária. As cartas são deixadas também aleatoriamente em lugares públicos da cidade apenas com uma única identificação: a assinatura Repórter de Sandálias.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Muitas pessoas passam pelas cartas e não as percebem, várias vão parar nos lixões ou nas fábricas de reciclagem sem nunca terem sido lidas, mas outras, ao trazerem manuscritas no verso as palavras "para você" chamam a atenção da protagonista 1, que, ao encontrar a primeira carta no banco do coletivo que apanha diariamente - e, depois, outras em lugares que costumava frequentar no dia a dia - passa a viver a aventura de ir em busca dessa remetente misteriosa. A caçada a leva a perigos, aprendizados, e, a um romance.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A protagonista 1, então, recorrerá à Internet para descobrir algo sobre a Repórter de Sandálias e, para sua surpresa, encontra um blog com o mesmo nome, onde também estão postadas algumas das cartas que encontrou na rua e muitas outras, todas com a referência de endereço do local onde foram deixadas na cidade. A protagonista 1 começa a fazer uma coleção das cartas. Tão logo eram postadas no blog, ela saía em busca do lugar indicado, tentando criar uma arnadilha para desvendar o mistério e a identidade da Repórter.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em uma confusão com uma das cartas, a protagonista 1, na Universidade, chama a atenção do protagonista 2, que entende que a carta que ela deixa displicentemente a vista com as palavras "para você" teria sido escrita por ela para ele com finalidades amorosas.<br />
<br />
Após esclarecido o mal-entendido, ambos se unem na aventura e acabam se apaixonando durante a busca. Em conversas filosóficas na tentativa de interpretar e descobrir o que se passa no coração da Repórter, os dois resolvem que é "amor" o que falta na vida da remetente anônima e passam a procurar por alguém que poderia ser sua alma gêmea.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A descoberta final é....</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-7409542724757506502011-08-15T08:41:00.000-07:002011-08-17T07:52:38.054-07:00Blog: uma "nova" literatura?<div style="text-align: justify;">Está aí uma questão difícil de mensurar. A <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Blogosfera">blogosfera</a> é um mundo a parte dentro do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciberespa%C3%A7o">ciberespaço</a>. Nesse mundo, é possível encontrar de tudo, para o bem ou para o mal. O fato é que as próprias características do gênero blog permitem uma diversidade de escrita que não o amarra a nenhuma categoria: jornalística, literária, crítica, opinativa, confessional... As possibilidades são infinitas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aliás, há até quem resista em classificá-lo como gênero. A livre expressão e a hibridez de linguagem fazem-no navegar sem uma direção muito bem definida nesse oceano de informações proporcionado pela Internet. No entanto, na necessidade de teorizar sobre o fenômeno da ciberescrita - as diversas que nascem com a explosão das <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Redes_sociais">redes sociais</a> que, a cada instante, criam novas galáxias nesse universo virtual -, alguns autores instituem o conceito de e-gênero, os gêneros eletrônicos ou ainda <a href="http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/5628/material/hipertexto%20e%20generos%20digitais%5B1%5D.%20novas%20formas%20de%20constru%C3%A7%C3%A3o%20de%20sentido.pdf">gêneros textuais digitais</a>, onde enquadram-se os blogs.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Blogs">blogs</a> são espaços que permitem uma escrita diferenciada, sem limites, embora fragmentada, e que mescla signos que vão do sonoro ao visual, do imagético ao textual, uma escrita constituída mais do que somente por letras e palavras; composta por <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bytes">bytes</a>, as unidades de informação que formam o código digital e são responsáveis por armazená-lo na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Web"><i>Web</i></a>. Cada byte, contém oito bits e a reunião deles em um sistema organizado de códigos permitem a configuração desse intrincado e irresitível <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertexto">hipertexto</a>, que nos leva por janelas a fora na rede mundial de computadores.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Criei meu próprio blog na rede há quatro anos para ocupar um período de tempo ocioso de minha vida e, hoje, não apenas o meu blog, como a blogosfera de um modo geral, ocupa grande parte de meus afazeres e pensamentos: tenho um objeto de pesquisa. Na verdade, sempre tive o hábito de escrever, seja em diários, agendas ou mesmo em rodapés de livros, cadernos, páginas soltas, pequenos blocos de anotações... Foi fácil, então, me sentir atraída por essa espécie de papel <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Virtual">virtual</a>.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cada novo <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Post_%28publica%C3%A7%C3%A3o%29"><i>post</i></a> é uma parcela incorpórea de um sistema digital que me permite criar um arquivo pessoal na Internet e compartilhá-lo com um público leitor, usuários da rede como eu, que também encontram nesse novo universo uma nova forma de praticar e fruir, de maneira assíncrona, diversos tipos de informação, dentre elas a literária. Foi assim que adiquiri o hábito de "fuçar" a Internet em busca de blogs, cada um com a "cara" de seus autores, mundinhos particulares que refletem a alma, o coração e o intelecto de quem os cria para livre avaliação e interpretação de quem os descobre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nessas minhas incursões pela blogosfera, encontrei diversos tipos de textos, alguns capazes até de unir qualidade de estilo e maturidade de escrita a um aguçado senso crítico, tudo aos moldes do hipertexto. Quando optei por fazer dos blogs meu objeto de estudo, minha principal questão era: será que esses textos - que provocam <a href="http://pt.wiktionary.org/wiki/deleite">deleite</a> e <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Devir">devir</a>, baseados em fatos reais ou pura ficção, em formato de prosa ou poesia, tantas vezes escritos por anônimos ou desconhecidos, e que ainda assim agregram inúmeros admiradores - podem ser classificados como <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura">Literatura</a>?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Se considerarmos o conceito de literatura como a arte de criar e recriar textos capazes de produzir efeito <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A9tico">estético</a> e provocar a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Catarse">catarse</a>, a resposta é sim. Mas, e se consideramos a definição de Literatura do ponto de vista <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2none">canônico</a>, será que a resposta é a mesma? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na fase de elaboração do projeto de pesquisa, percebi que, mais produtivo do que tentar definir o que é ou não Literatura é encontrar um caminho para decidir o que torna um texto, em sentido lato, literário. Assim, assumi a missão de investigar qual o lugar da literatura quando entram em cena os novos formatos de escrita possibilitados pelas tecnologias digitais e, dessa forma, especificar as singularidades que esses discursos apresentam no ciberespaço a partir do conceito de webliteratura.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">À revelia do questionamento se o que não é canonizado pode ser ou não considerado Literatura, o qual parece eternamente sem resposta, podemos dizer que, na <i>Web</i>, é possível encontrar um “outro” literário que, embora se aproxime, ao mesmo tempo, se distancia dos moldes pré-definidos pelo cânone, uma vez que se constrói a partir da subversão de fronteiras permitida pelo universo virtual e pelo hipertexto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E, como se configura essa modalidade diferenciada de discurso literário e produção narrativa que se manifesta a partir do surgimento da Internet? <b>Esse é o assunto que pretendo trazer para discussão na mesa "Blog: uma 'nova' literatura?" (dia 4 de setembro, às 15h, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia), que intregará o seminário "Leitura e escritura na Era da Internet", o qual faz parte da programação da <a href="http://www.guiacuca.com.br/evento/feira-pan-amazonica-do-livro-2011">Feira Pan-Amazônica do Livro 2011</a>, marcada para o período de 02 a 11 de setembro de 2011.</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Se você é fã de blogs e de literatura, como eu, não perca!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">:)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Responda você também: na sua opinião, <a href="http://www.cibercultura.org.br/tikiwiki/tiki-read_article.php?articleId=24">blog é literatura</a>?</div><div style="text-align: justify;"> </div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-243812432511036992011-07-12T16:38:00.000-07:002011-07-12T18:39:36.658-07:00À meia noite e em todas as horas, em qualquer lugar<div style="text-align: justify;">Tá, tudo bem, realmente exagerei no último <span style="font-style: italic;">post</span>. Aposentadoria é um pouco demais..., digamos que umas boas e verdadeiras férias, daquelas em que curtimos sombra e água fresca, literalmente de pernas pro ar (com ou sem sadálias), resolvam o meu problema. Pena que não é o caso: entrarei de férias pela metade, pois continuarei trabalhando em casa. Mas já é um bom começo.<br /></div><div style="text-align: justify;"><br />Essa história de pular de fases ainda me rendeu muitos pensamentos essa semana.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNCZuHZBc-Q_d_dmJMlkL8UR8PSrpE0o975raQRH9JU7JUj53AkpEwOojLqBlrX5Hv6TfEm-JbdSQDShjBEGVnA17n-3SCPI4ZSlpIRUQjPf3E6p-fBPVpxBtqmppmTyRbmngSpddPKnij/s1600/1309201374_meianoiteemparis.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 215px; height: 143px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNCZuHZBc-Q_d_dmJMlkL8UR8PSrpE0o975raQRH9JU7JUj53AkpEwOojLqBlrX5Hv6TfEm-JbdSQDShjBEGVnA17n-3SCPI4ZSlpIRUQjPf3E6p-fBPVpxBtqmppmTyRbmngSpddPKnij/s200/1309201374_meianoiteemparis.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5628640681908957202" border="0" /></a>Eu estava justamente refletindo o quanto o ser humano parece ser um eterno insatisfeito com a vida, o tempo e o presente momento, quando me vi, me encontrei, me identifiquei (e outros sinônimos afins) - em total sentimento de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Catarse">catarse</a> - com o dilema do personagem principal do <a href="http://www.adorocinema.com/filmes/meia-noite-em-paris/">Meia Noite em Paris</a>, primeiro <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Woody_Allen">Woody Allen</a> que assisto no circuito comercial e que já é sucesso de bilheteria em todo o mundo.<br /><br />E não apenas: também me vi no papel da coadjuvante, noiva do personagem principal, sempre reclamando de tudo... Já explico.<br /><br />Como sempre, as tramas do Woody Allen transcorrem lentas e com simplicidade, mas com cenas que surpreendem a cada dez minutos de filme e terminam com uma grande sacada que muda o sentido da nossa existência.<br /><br />Estar em Paris faz com que o personagem principal, depois de muito tempo de olhos vendados, volte a se questionar sobre os rumos que até então vinha dando a sua vida, resgatando em seu íntimo o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido, como os imortais que marcaram época na capital francesa dos anos 20. E o sonho é tamanho que o permite viver uma aventura fantástica em que viaja no tempo e conhece pessoalmente os literatos que sempre admirou e foram sua fonte de inspiração.<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXkW_RKQVPDdfPCzfJpZ8bOxTX4YtxjfZSe0nIUJBaSlE29YJdA6GUD1AupyWSu-4IQ5Z5z09o6GJdgfn4qS0Z-tnOvgX_lLkBX0QOGRzBqh37XMGiz95kXJn0eAe5Ylmez1WpGvWzddku/s1600/1309201375_meianoiteemparis7.jpg"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 217px; height: 144px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXkW_RKQVPDdfPCzfJpZ8bOxTX4YtxjfZSe0nIUJBaSlE29YJdA6GUD1AupyWSu-4IQ5Z5z09o6GJdgfn4qS0Z-tnOvgX_lLkBX0QOGRzBqh37XMGiz95kXJn0eAe5Ylmez1WpGvWzddku/s200/1309201375_meianoiteemparis7.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5628642871007032818" border="0" /></a><br />Tempo é a palavra-chave no roteiro. É indo e vindo dos anos 20 aos anos 2000 que o personagem percebe que não é preciso estar em outra época, seja no passado ou no futuro, para viver intensamente e dar vazão aos seus desejos mais sinceros, basta se permitir e arriscar sem medo de ser feliz. A vida é o presente e estar satisfeito com ela só depende de nós mesmos!<br /><br />E com esse aprendizado percebi o quanto, tantas vezes, me comportei como a antipática do filme, a noiva chata, perfeccionista e um tanto fútil, que está sempre reclamando de alguma coisa e acha que a felicidade está em conceitos pré-definidos pela sociedade do que é belo, culto, politicamente correto, economicamente rentável... Não quero ser assim!<br /><br />É por isso que eu retiro o que disse no <span style="font-style: italic;">post</span> abaixo. Vou tentar viver o presente em sua plenitude, aproveitando cada segundo dos bons momentos e tentando, por mim mesma, modificar o que não me agrada, correndo atrás dos meus sonhos e me permitindo realizar os meus desejos mais bobos, sem esperar que a solução para qualquer coisa venha do aquém ou do além-tempo do que eu esteja, aqui e agora, experienciando.<br /><br />O que um Woody Allen não faz com a vida da gente!!<br /><br />:)<br /></div><br />Assista ao trailler <a href="http://www.woodyallen.com/">aqui</a>.Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-12054087201161910612011-07-02T05:13:00.000-07:002011-07-02T05:52:43.134-07:00Dolce far niente<div style="text-align: justify;">É até clichê utilizar o espaço dos blogs para falar sobre os pequenos prazeres da vida, mas, com tanto trabalho, ultimamente, apenas consigo pensar o quanto é prazeroso acordar em uma manhã de sábado e não ter absolutamente nada para fazer. Claro que esse não é o meu caso, tanto que até escrever no blog, um dos pequenos prazeres a que sempre gostei de me dedicar, tem ficado cada vez mais difícil.<br /><br />A verdade é que sempre vivemos as fases de nossas vidas na expectativa de poder chegar logo na próxima. Por exemplo, hoje lembro com saudade dos tempos de colégio, quando a responsabilidade resumia-se ao dever de casa, após o soar da campa de saída. Tinha tardes inteiras para assistir <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_a_Pena_Ver_de_Novo">"vale a pena ver de novo"</a>, comer brigadeiro de panela e fofocar ao telefone com as amigas. Para as provas bimestrais, nada que uma lida de véspera no resumo das matérias não resolvesse.<br /><br />Na época, o que eu mais desejava era completar logo os 18 anos e entrar na faculdade. Não vou negar que a maioridade também tem os seus prazeres, mas, daí para as responsabilidade maiores é um pulo só. Tão logo nos formamos, temos que arrumar o emprego ideal e ser alguém na vida. Mas isso não basta. Depois, temos que fazer pós-graduação, estudar para concurso, organizar casa, casamento e ter filhos... Faz anos que não sei o que é assistir <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sess%C3%A3o_da_Tarde">sessão da tarde</a> com um balde de pipoca no colo! Hoje percebo o quanto eu era boba ao reclamar disso, dizendo: "mãnhêêê, não tem nada pra fazer....". A resposta vinha sempre com um "vai lavar louça, minha filha, arrumar o quarto, varrer a casa...". Isso não vale!<br /><br />Para seguir o curso natural das coisas, talvez no futuro eu me arrependa, mas, a fase que estou vivendo agora me faz, desde já, ficar ansiosa pela aposentadoria, quando poderei desfrutar como nunca dantes, bem ao estilo italiano, o doce prazer de não fazer nada :)<br /><br />"Eu quero uma casa no campo, onde eu possa ficar do tamanho da paz e tenha somente a certeza dos limites do corpo e nada mais...".<br /></div><br /><iframe src="http://www.youtube.com/embed/UbPbeXl3wMc" allowfullscreen="" frameborder="0" height="349" width="425"></iframe>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-45764083111122529372011-05-07T14:46:00.000-07:002011-05-07T15:20:52.827-07:00Benquerença<div style="text-align: justify;">A pedidos, posto aqui o texto que escrevi e li no casamento da minha irmã... Dessa vez, as lágrimas são virtuais... ;)<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM5O4vIdJOkF2pBQyA-S7h6RZVSfNmFYh58su8lZAmnfcuwXukdNmqgUO6EqFpExOVyBzLC2nEcSc4ENgwHTWJJXTQFJLeEUrGO9aufCB35iJI8MayQz9hR8FaOp_Tp5R_4AAKztuWWQ0y/s1600/amor.jpg"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 247px; height: 172px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM5O4vIdJOkF2pBQyA-S7h6RZVSfNmFYh58su8lZAmnfcuwXukdNmqgUO6EqFpExOVyBzLC2nEcSc4ENgwHTWJJXTQFJLeEUrGO9aufCB35iJI8MayQz9hR8FaOp_Tp5R_4AAKztuWWQ0y/s200/amor.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5604102070814958674" border="0" /></a><br /></div><div style="text-align: center;">*****<br /></div><div style="text-align: justify;"><br />Quem trabalha com as letras sempre é o primeiro a ser apontado nessas situações, mas como eu poderia negar algumas palavras para minha querida irmã, a quem eu tanto amo, em um dia tão especial?<br /><br />Embora seja eu a caçula da família, quem sempre teve o que aprender e raramente o que ensinar na vida, lembro de um dia em que Jennifer e eu, já distantes pelos quilômetros que levam de Belém até São Paulo, conversávamos pela Internet. Ela me dizia - machucada, desiludida - não acreditava mais no amor.<br /><br />Eu, metida a jornalista intelectual e poeta do mal do século, por muitos anos vivi e pensei exatamente a mesma: "ah, o amor é um sentimento previamente fabricado pela indústria do consumo!". "Essa coisa de príncipe encantado num cavalo branco não existe!".<br /><br />Maaasss, a vida vai passando, a gente vai crescendo, tendo novas experiências, conhecendo novas pessoas... que, de repente, me vi discordando da minha irmã mais velha, e, naquele dia, disse a ela: o amor é combustível, o amor é que nos faz querer viver, seguir em frente, faz o mundo ter sentido.<br /><br />Na esperança de convencê-la, citei Saramago, para quem, na vida, é preciso amar e, amar sem medidas, "se não a existência torna-se rapidamente previsível, monótona, uma seca...". Porque o amor é o colorido das coisas, é o chão que nos sustenta, ou a falta dele, que nos faz flutuar.<br /><br />Citei Camões e as clássicas palavras que passam de geração em geração para mostrar que "O amor é um não querer, mas que bem querer".<br /><br />E por mais que um dia já tenhamos um dia sofrido por amor ou pela ausência dele jamais poderíamos deixar de acreditar nesse sentimento, porque, como disse, certa vez, Guimarães Rosa, na simplicidade de um de seus personagens mais complexos: "“Só se pode viver perto do outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tiver amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso da loucura”.<br /><br />E o amor cujo nascimento celebramos aqui hoje (30.04.2011) não é qualquer amor, é um amor verdadeiro, de calor e aconchego, um amor que pode gerar uma família, um lar. Um amor de marido e mulher, Flávio e Jennifer, a quem desejo todo o amor e toda a felicidade do mundo!<br /><br />Que Deus abençoe o amor de vocês!!!<br /></div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-40928121318555191602011-04-28T06:25:00.000-07:002011-10-13T04:41:57.368-07:00DádivaQuando secar o úmido do banho recém-tomado<br />
Quando aumentar a espessura do tempo que se move<br />
Quando o relógio soar a hora do vazio da tarde quente<br />
Vou perfumar a pele, soltar os cabelos ralos<br />
Vestir-me a seu gosto e pintar o rosto em brasa<br />
Esperar pela tua chegada, sempre como um tufão<br />
A desordenar as coisas inertes<br />
Preenchendo as lacunas da convenção e da hiprocrisia<br />
Com tua verdade tão autêntica e tão nobre<br />
Lépida, me jogo em teus braços<br />
Me perco em afagos<br />
Me desfaço em pedaços, de vários eu aprisionados.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">****<br />
<br />
<div style="text-align: left;">Em dias de romatismo, vá lá um poeminha para alegrar o coração e despertar paixões....<br />
:)</div></div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-48323801406143526902011-04-07T18:59:00.000-07:002011-04-08T14:34:52.474-07:00Tempos mais que modernos<div style="text-align: justify;">Há algum tempo tenho me dedicado a pensar e analisar o papel que a tecnologia desempenha na sua relação com a linguagem. Em visita a Belém, no dia 31 de março de 2011, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Lucia_Santaella">Lúcia Santaella</a>, uma das semioticistas mais conhecidas e bem pagas nos terrenos nacionais e internacionais da comunicação, letras e artes, me ajudou nessa empreitada falando sobre os "35 anos de convergências tecnológicas", desde o surgimento dos primeiros maquinários provenientes das sucessivas revoluções industriais até o contexto atual, em que a tecnologia digital, do celular, ao cartão de crédito, do notebook ao ipad, passam a regular todo tipo de relação humana ou social que se desenvolve sob a égide da "pós-moderndiade".<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjYhmXUD1aQdkjLLClImt0FZEO2L4z2m2aZxhyphenhyphenYJWkO_ploCj7D7iGh36uRhyphenhyphenkNmB6Cr25igX0wvglqw0wxCE69bVqecE9C1gGE1nrZ_zS-CTDgAEHZTzrkVib3lnOwNLmzFLSySLFWh2t/s1600/chaplin_mt.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 200px; height: 186px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjYhmXUD1aQdkjLLClImt0FZEO2L4z2m2aZxhyphenhyphenYJWkO_ploCj7D7iGh36uRhyphenhyphenkNmB6Cr25igX0wvglqw0wxCE69bVqecE9C1gGE1nrZ_zS-CTDgAEHZTzrkVib3lnOwNLmzFLSySLFWh2t/s200/chaplin_mt.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5593050192576729826" border="0" /></a>Em 1936 Charlie Chaplin já mostrava o desafio que é sobreviver em meio a um mundo moderno e industrializado, quando as máquinas tomam o lugar dos homens e tornam-se suas próprias mãos, mentes e laços. <a href="http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=181">Tempos Modernos</a> é o último filme mudo de Chaplin, que focaliza a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome. É uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias "subversivas".<br /><br />A cena inicial da película mostra Carlitos, funcionário de uma grande fábrica, entrando em colapso pelo excesso de trabalho e pelo efeito provocado pela produção em série e em larga escala, que padroniza as ações humanas e deixam o cidadão no limiar da loucura e da escravidão. socialista e é levado à prisão, onde aprende a apreciar os prazeres do ócio, chegando ao ponto de sentir-se mais livre ali, atrás das grades, do que se tivesse que trabalhar em fábricas para sobreviver.<br /><br />Ao ser libertado, de volta à realidade cruel da sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de linha de montagem e especialização do trabalho, Carlitos assume a identidade do vagabundo, o <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Fl%C3%A2neur">flaneur</a>, que vaga a esmo pela cidade, com fome, sem destino, em busca de emprego ou aventuras, olhando as vitrines dos sonhos, dos bens e dos desejos que não pode realizar, ter ou saciar. Ao se apaixonar por uma pobre órfã, o vagabundo pensa em "voltar aos eixos", trabalhar e construir a vida ideal da família burguesa, pautada pelo conforto, a diversão e a alienação de quem tem pão, circo e não se importa com os problemas sociais.<br /><br />Mas, no mundo moderno, não há lugar para os desajustados...<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoQqh4RrSezJMOndtkRR9-j74YKVIxmowjPc0nFnkNZtfdLTB4QToG7Ct7fAq8caYeiuTePJa2OJ1ofZLttDVdQle66glut9cNicg-Ta2JHwNdu8S5_LvglqobmTxLRzBK3lLU2qESptxD/s1600/Chaplin-Charlie-Modern-Times_02-JT.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 247px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoQqh4RrSezJMOndtkRR9-j74YKVIxmowjPc0nFnkNZtfdLTB4QToG7Ct7fAq8caYeiuTePJa2OJ1ofZLttDVdQle66glut9cNicg-Ta2JHwNdu8S5_LvglqobmTxLRzBK3lLU2qESptxD/s320/Chaplin-Charlie-Modern-Times_02-JT.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5593049430956602978" border="0" /></a><br />Se a primeira geração da revolução industrial já sofria tanto com os efeitos e impactos tecnológicos provocados pelas máquinas capazes de produzir mercadorias..., que dirá as gerações mais recentes que advém da era em que as máquinas são capazes de produzir linguagem, traduzir códigos alfabéticos e permitir a comunicação em longas distâncias, quebrando as barreiras do espaço-tempo e criando os domínios da virtualidade!<br /><br />Nos tempos contemporâneos, as tecnologias digitais moldam uma linguagem que nasce e é própria das redes virtuais...<br /><br />É pensando nisso que Santaella, em seu livro "Linguagens Líquidas na Era da Mobilidade" (2007), identifica cinco gerações que marcam a cronologia das tecnologias da linguagem e da comunicação: 1) tecnologias do reprodutível, caracterizadas pelos meios eletromecânicos de comunicação em massa, a exemplo do jornal, da fotografia e do cinema; 2) tecnologias da difusão, onde figuram os meios eletroeletrônicos de comunicação de massa, como o rádio e a televisão; 3) tecnologias do disponível, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gadget">gadgets</a> que fazem surgir a "cultura das mídias", regulada pelos meios digitais de comunicação de massa, responsáveis por hibridizar diversos gêneros e linguagens; 4) tecnologias do acesso, geradas pelo surgimento das redes e pelos avanços da teleinformática, onde estão inseridos o computador, a internet e as mais diversas interfaces gráficas; 5) e por fim, as tecnologias móveis, representadas pelos meios móveis com acesso à rede de informação e comunicação, como os notebooks, blackberries, iphones, ipads e afins.<br /><br />O fato é que, à medida que a comunicação entre as pessoas e o acesso à internet e à informação, na contemporaneidade, favorecem a interferência e a intromissão do virtual na vida real, como ocorreu na modernidade com o personagem de Chaplin, modificam-se as relações de sociabilidade, o psiquismo, a cognição e, inclusive, a corporeidade dos seres humanos, que passam a associar à máquina a sua razão e maneira de existir, estar, pensar, ser e sentir no mundo. Do ponto de vista da linguagem, as tecnologias móveis e de acesso eternizam a escrita, o som e a imagem em uma proliferação infinita de signos, além de uma sintaxe essencialmente híbrida.<br /><br />Quem não se ajustar a essas novas engrenagens, definitivamente, estará fora de época...<br /><br /></div><br /><iframe title="YouTube video player" src="http://www.youtube.com/embed/FNv7M-UPNuY" allowfullscreen="" width="480" frameborder="0" height="390"></iframe><br /><br />.Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-54433686243847406002011-03-16T19:03:00.000-07:002011-03-17T07:38:28.699-07:00De soslaio<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOnlW7Tc0Sjy0jCupkrmgiHIiRHQgooQYzgP64XOtseIfff1vR_N1SPmCD1Yi-KgH-J32iBX2TI9RW_tm8LnKtI2YZB7xlSQ7re6-ZBAaI50WiqXljNN2aoiJYRQSs7Ae8C4JyfUrYSUTV/s1600/ben%25C3%25A9.jpeg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 230px; height: 175px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOnlW7Tc0Sjy0jCupkrmgiHIiRHQgooQYzgP64XOtseIfff1vR_N1SPmCD1Yi-KgH-J32iBX2TI9RW_tm8LnKtI2YZB7xlSQ7re6-ZBAaI50WiqXljNN2aoiJYRQSs7Ae8C4JyfUrYSUTV/s320/ben%25C3%25A9.jpeg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5584866886559782786" border="0" /></a>Algumas histórias começam ao acaso, <span style="font-style: italic;">in media res</span>, e ficam abertas <span style="font-style: italic;">ad eternum</span>. Foi assim com aquele pequeno grande sábio, homem simples, marcado pelo tempo e que, talvez por isso mesmo, exalava conhecimento.<br /><br />Apesar da pele enrugada, os cabelos brancos, os passos que já eram lentos e a voz rouca, os olhos eram vivos como os de uma criança travessa:<br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);font-size:85%;" ><span style="font-style: italic;">Olhando, de soslaio, para o infinto. Olha-se para o infinito? E de soslaio? </span></span><br /><br />Era um filósofo, questionar era seu ofício. Nenhuma pergunta lhe bastava quando o mundo lhe oferecia uma infinidade de respostas.<br /><br /><span style="font-style: italic;font-size:85%;" ><span style="color: rgb(204, 0, 0);">Cada qual encontra na Terra o paraíso que merece, o meu é livresco.</span></span><br /><br />O pensamento era seu fiel companheiro. Muitas vezes era possível encontrá-lo absorto, com o olhar distante. Na mente, uma tempestade de ideias sempre constante.<br /><br /><span style="font-style: italic;font-size:85%;" ><span style="color: rgb(204, 0, 0);">Não há fórmula para se fazer poesia. O poema está sempre inacabado, não cessa e sempre se renova.</span></span><br /><br />Seu próprio eu inspirava poesia, sua calma transmitia paz, sua sabedoria instaurava revoluções... Como conciliar os sentimentos mais fortes com o prosaismo do mundo?<br /><br />A morte não pode atingir a essência da sabedoria.<br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);font-size:85%;" > <span style="font-style: italic;">O conhecimento é o único bem que se adquire por toda a eternidade.</span></span><br /><br />Benedito Nunes<br />1929-2011<br /></div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-79290491465076810352011-03-04T13:09:00.000-08:002011-03-05T07:15:38.967-08:00A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar<div style="text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-weight: bold;"><br />Mais um caso de morosidade da justiça</span></span><br /><br />Vou fugir um pouco do estilo do blog para tratar de um assunto um tanto quanto denso, mas que não pode ser silenciado. Não podemos deixar as injustiças tomarem conta de nosso Estado, principalmente quando são cometidas pelos próprios órgãos que deveriam, ao contrário, garantir os direitos dos cidadãos... Leiam, comentem e divulguem para o máximo de pessoas que puderem. Vamos combater essa Justiça injusta que não atende os interesses da maioria!!!<br /></div><br /><div style="text-align: center;">*****<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> <w:splitpgbreakandparamark/> <w:dontvertaligncellwithsp/> <w:dontbreakconstrainedforcedtables/> <w:dontvertalignintxbx/> <w:word11kerningpairs/> <w:cachedcolbalance/> </w:Compatibility> 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O motivo é o atraso na contratação de 30 novos oficiais aprovados em cadastro de reserva no concurso público realizado no ano de 2009 pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará (<a href="http://www.tjpa.jus.br/index.xml">TJE-PA</a>). Somente em Belém e região metropolitana, há, atualmente, um déficit de 130 oficiais e 150 cargos em vacância. Após uma série de acordos entre as duas partes descumpridos pelo TJ desde janeiro de 2011, a última promessa foi a de que as nomeações sairiam no dia 1º de março, mas nada aconteceu.<br /><br />Segundo o presidente da Associação dos Oficiais de Justiça do Pará (<a href="http://www.assojupa.org.br/">Assojupa</a>), Edvaldo Lima, em sete meses, houve mais de 30 reuniões da categoria com a presidência do Tribunal e representantes de suas corregedorias e secretarias de Gestão, Planejamento e Recursos Humanos. Primeiramente, o TJ alegou a necessidade de realizar concurso de remoção. “O concurso já foi realizado, a sobra de vagas continua, já há recursos disponíveis, e o Tribunal permanece em silêncio quanto às nomeações. Não há mais motivos para protelar a reposição e contratação de novos profissionais, a não ser a morosidade que o próprio judiciário protagoniza”, afirma o líder da categoria.<br /><br />A previsão orçamentária do TJE-PA para 2011 soma a quantia de R$ 51.780.458,76. Comparado a 2010, quando o orçamento foi de R$ 41.992.760,42, são quase R$ 10 milhões a mais. O suficiente para arcar com as novas contratações (dados disponíveis em <a href="http://www.tjepa.jus.br/portalDaTransparencia/tjpa/">http://www.tjepa.jus.br/portalDaTransparencia/tjpa/</a>).<br /><br />O edital (nº002/2009) do último concurso para o TJE antevia a provisão de aproximadamente 270 vagas nas mais diversas áreas. Para oficiais, as vagas foram ofertadas somente em caráter de cadastro de reserva. De 288 candidatos a oficiais classificados no concurso, apenas 7 foram nomeados para comarcas do interior. Em contrapartida, no início de 2011, cerca de 60 oficiais deixaram livres seus cargos, em Belém, por motivos de exonerações, aposentadorias ou falecimentos e não foram substituídos.<br /><br />Em todo o Estado, há 400 oficiais de justiça em atuação, quando, segundo o presidente da Assojupa, o ideal seria, pelo menos, o dobro, ou seja, 800 oficiais. “Em caráter emergencial, de maneira alternativa, seriam necessários 60 oficiais, sendo 30 para a capital e 30 para o interior do Estado, para cobrir o déficit e diminuir a sobrecarga desses profissionais”, ressalta Edvaldo Lima.<br /><br />De acordo com o oficial, a falta de servidores para a categoria tem gerado diversos transtornos e prejuízos. Dentre os transtornos, a maioria para o próprio servidor, está a sobrecarga de trabalho, que tem provocado problemas psicológicos como depressão e baixa-estima, além de danos físicos e de saúde por conta do cansaço e esforço excessivo. “São inúmeros os casos, por exemplo, de mandatos empreendidos contra oficiais de justiça que não deram conta de executar todas as ordens judiciais pelas quais tenham ficado responsáveis”, relata Edvaldo. Já os prejuízos se refletem contra o próprio Tribunal, que prefere pagar hora extra aos oficiais em atividade e remarcar audiências do que contratar novos profissionais. O edital 002/2009 tem validade até junho de 2011.<br /></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" ><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" > </span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHYbbP3JFzXvcbnRbGvDdlrJBSY_iY-FDk8jbs1lgliZVQmK6Axm1Gp6V6v2eIPgu3mgPFvSdOpr8R2UAqPDsBTI9cp4_KI6lp1md7jeEDbZxQcH7y8UmYVMO8gvVtfi_zqtxEiBjtGVOR/s1600/decalque%255B2%255D.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 495px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHYbbP3JFzXvcbnRbGvDdlrJBSY_iY-FDk8jbs1lgliZVQmK6Axm1Gp6V6v2eIPgu3mgPFvSdOpr8R2UAqPDsBTI9cp4_KI6lp1md7jeEDbZxQcH7y8UmYVMO8gvVtfi_zqtxEiBjtGVOR/s320/decalque%255B2%255D.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5580336455335220418" border="0" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;"><br /></p>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-83459908466909177672011-01-06T10:25:00.000-08:002011-01-17T11:54:48.976-08:00O velho e o novo tempo<div style="text-align: justify;">Século XXI, primeiro século do terceiro milênio. O ano é 2011. Há quem tenha vivido um reveillon moderno: na praia, nas montanhas, nas grandes cidades cosmopolitas... Como se eu tivesse voltado no tempo uns 200 anos, meu reveillon foi bem diferente. Nunca tinha imaginado coisa igual em plena pós-modernidade!<br /><br /></div><div style="text-align: justify;">Eu que já estava preparada para a mesmice da passagem de ano em <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Salin%C3%B3polis">Salinópolis - PA</a> (passo o reveillon lá desde que me entendo por gente, salvo raras exceções), onde a virada normamelte se dá em congestionamentos a caminho da praia, de repentemente, tive a oportunidade de ir para <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Santar%C3%A9m_Novo">Santarém Novo - PA</a>.<br /><br />Município paraense entocado mata adentro, a 180 Km da capital Belém, saindo pela rodovia BR-316 até o trevo da Vila Nova, seguindo pela rodovia de Salinas (PA-324) até o trevo da Vila de Pau-Amarelo (PA-124). Santarém Novo tem como principal fonte de renda a extração do caranguejo. No sentido Sanlinas-Belém, está a 37 Km da saída do litoral.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCiv6JmJpRujMeh_ldwv0OB1Ev4VXdenW2IfbDz44fRidTWJUxQIXj8C5-W3TUetJ6DCNEL1LGuFghL-RInZbSepJIMT6n9rRd-2Ts_L1gDFomC4kCd8TtlffF2ednvO60GKg40Q38FKW-/s1600/riomaraca.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 163px; height: 239px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCiv6JmJpRujMeh_ldwv0OB1Ev4VXdenW2IfbDz44fRidTWJUxQIXj8C5-W3TUetJ6DCNEL1LGuFghL-RInZbSepJIMT6n9rRd-2Ts_L1gDFomC4kCd8TtlffF2ednvO60GKg40Q38FKW-/s200/riomaraca.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5563245449004482130" border="0" /></a>A cidadela tem uma rua principal, quatro ou cinco ruas transversais, um barracão para eventos culturais, a praça da Igreja Matriz e um trapiche que dá acesso ao rio Maracanã, rio, aliás, que deu origem ao povoado em meados do século XVIII.<br /><br />Dezembro, no município, é mês de festejar <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Benedito">São Benedito</a>, padroeiro dos humildes. A festa é tradicional e ocorre há 100 anos, pretes a ser tombada como patrimônio imaterial da cultura paraense conforme avaliação em andamento feita pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (<a href="http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaInicial.do;jsessionid=FE2ADEFED7BDD4BD12E0898B4D661BF9">IPHAN</a>).<br /><br />Além de cerimônias religiosas, procissões, ladainhas e outras honrarias ao santo, a festividade de São Benedito, como toda manifestação que mistura fé e cultura, tem um lado profano: uma quermesse organizada pela Irmandade do Carimbó de São Benedito, que dura os dez dias da quadra festiva, do dia 21 de dezembro ao último dia do ano.<br /><br />São dez noites de festa, animadas pelo som do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Carimb%C3%B3">carimbó</a>, ritmo genuinamente paraense, marcado pela batida de tambores, que mescla elementos indígenas e africanos e hoje integra o folclore nacional, estando também na expectativa pelo tombamento como patrimônio cultural brasileiro.<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOYN6FikQE2VqfRcYykAuTzBpa4eQjXK8Qz6N8BY41TnZYEPLINmJaZ9RWqIZf43vNYJphKh-Si4GW9aMF9BbmMDxpbsBlVq6vTuLh9uAHBmp_A8NugrxRci_zMAeFTZ1TEaSAr5tivSZ8/s1600/Festa+de+carimb%25C3%25B3+no+Barrac%25C3%25A3o+da+Irmandade_dez+2006_acervo+Irmandade+%2528por+Isaac+Loureiro%2529+%252812%2529.JPG"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 263px; height: 197px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOYN6FikQE2VqfRcYykAuTzBpa4eQjXK8Qz6N8BY41TnZYEPLINmJaZ9RWqIZf43vNYJphKh-Si4GW9aMF9BbmMDxpbsBlVq6vTuLh9uAHBmp_A8NugrxRci_zMAeFTZ1TEaSAr5tivSZ8/s200/Festa+de+carimb%25C3%25B3+no+Barrac%25C3%25A3o+da+Irmandade_dez+2006_acervo+Irmandade+%2528por+Isaac+Loureiro%2529+%252812%2529.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5559150231860380770" border="0" /></a><br />Na festa de São Benedito em Santarém Novo, que ocorre, é claro, no barracão da cidade, só dança o carimbó no salão homens vestidos de paletó e gravata e mulheres trajando a saia longa e rodada que embeleza o rebolado. Blusas decotadas, que mostrem os braços, barriga ou costa são proibidas, como manda a tradição. É difícil ver cena como essa na capital, onde o carimbó é tocado, em alguns lugares, sem nenhuma referência aos motivos culturais que o rodeiam.<br /><br />Na noite da virada, o ritmo contagiante vem por meio dos tambores do grupo "Os quentes da madrugada". A partir das duas da manhã até o sol raiar, no primeiro dia do novo ano, os casais arrastam pé no salão. O combustível é a <a href="http://www.overmundo.com.br/guia/gengibirra">gengibirra</a>, bebida a base de gengibre, cravo da índia e cachaça, distribuída gratuitamente para quem precisa de um gás a mais. A cada canção, os casais entram no salão em fila e vão dançando em círculos ao redor do salão e ao redor de si mesmos, em translação e rotação, como o planeta Terra em torno do sol.<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSUGdw1mX6xV8RABdIrzfR9Hv4r0HDEKTap2_We-bYFj2VxgUqCbX3bcNzsk44qY6bOEtuh2QRqFTirwXwUPoO5tq_mNRM3UnWWRyQgmOe-WsdSVKARiYNf5nDslSXZClokn42KeGvRiUH/s1600/SAM_2018_2"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 264px; height: 197px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSUGdw1mX6xV8RABdIrzfR9Hv4r0HDEKTap2_We-bYFj2VxgUqCbX3bcNzsk44qY6bOEtuh2QRqFTirwXwUPoO5tq_mNRM3UnWWRyQgmOe-WsdSVKARiYNf5nDslSXZClokn42KeGvRiUH/s200/SAM_2018_2" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5563242518023810066" border="0" /></a><br />Sei dançar o carimbó, mas aprendi na capital. O carimbó tradicional de Santarém Novo me custou uma dor nas pernas diferente, como tudo ali me causou estranhamento... um estranhamento bom, aquele que é provocado pelas novidades. Uma novidade pra mim que ao mesmo tempo é centenária para o povo do município!<br /><br />Passei o reveillon de roupa emprestada, saia rodada atravessada de geração a geração pelas santarenas, e não de roupa nova como manda a superstição. Subistitui os sete pulinhos sobre as ondas por reboladas durante toda a madrugada. E, ao invés do champagne, brindei o ano novo com gengibirra! Que venha, então, 2011, e que seja tão repleto de novas experiências como foi essa virada!!!<br /><br /></div>E você, como foi seu reveillon?<br /><br /><object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/XyqkLs3oHnQ?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x3a3a3a&color2=0x999999"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/XyqkLs3oHnQ?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x3a3a3a&color2=0x999999" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object><br /><br /><br />Feliz ano novo a todos!!Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-45761920531925001452010-12-10T13:08:00.000-08:002010-12-10T13:10:27.232-08:00Um buraco sem fundo cheio de palavras<div style="text-align: justify;"><span>Já faz tempo que eu não apareço por aqui. Mea culpa. É verdade. Segundo minha irmã, isso é porque eu ando mais feliz ultimamente. O que acarreta na falta de assuntos sobre os quais escrever. Ela diz que, depois que algumas coisas deram certo na minha vida, meus textos não são mais tão críticos ou irônicos como antigamente. </span><br /><br /><span>Pode até ser que ela tenha razão: quando estamos mais felizes, a tendência é termos um outro olhar sobre o mundo, não nos importamos mais com coisas pequenas e acreditamos mais na bondade das pessoas. Isso é errado, pois coisas ruins não param de acontecer e o que falta não são os assuntos, mas sim a minha disposição para enfrentar a realidade quando pareço estar num sonho sem hora para acordar.</span><br /><br /><span>Nesses dois meses que se passaram após meu último post, eu quis falar da hipocrisia da invasão do Complexo do Alemão (por que esperar uma copa para fazer o que já devia ter sido feito há séculos? Será que o que o Governo prometeu para os PMs foi melhor do que rendia os acertos com os traficas??? E que publicidade para o Tropa de Elite, heim?!); quis falar sobre o aumento da violência em Belém; sobre o nosso trânsito caótico e como os vizinhos infernizam a vida alheia. No entanto, quando começo a me indignar com essas coisas, lembro de como o amor é lindo e simplesmente deixo a nuvem negra passar... </span><br /><br /><span>Não que eu esteja me tornando uma alienada. Pretendo ainda cultivar o meu senso crítico, mesmo que ele esteja um tanto quanto cor de rosa atualmente. Acontece que o que me inspira neste momento não tem nada do tom satírico que sempre deixou meus textos mais interessantes para uma cara leitora sangue do meu sangue.</span><br /><span> </span><br /><span>Deixo um pouco a ironia de lado para priorizar um lado meu que sempre existiu apesar de ter estado um tanto quanto esquecido debaixo da rudeza do meu estilo: o romantismo. Muita gente reclama que eu não tenho sensibilidade... eu não consigo imaginar uma pessoa mais sensível do que eu! Enfim, cada um com seus pontos de vista...</span><br /><br /><span>Vou aproveitar o clima de fim de ano, quando as pessoas costumam estar mais tolerantes, e vou postar, ainda que morta de vergonha, esse texto piegas e muito sem graça. Tenho muito mais do que isso para dizer, porém as palavras existem melhor aqui dentro, assim mesmo, embaralhadas, aleatórias, sem lógica nenhuma... E para não dizer que eu abandonei meus poucos e amados leitores, mesmo que seja só a minha irmã (rsrsr), deixo aqui os meus mais sinceros votos de boas festas, paz e muito amor no coração de todos!! </span><br /><br /><span>=]</span><br /></div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-553901147028174202010-10-07T14:05:00.000-07:002010-10-07T17:42:56.195-07:00O lugar onde eu nasci<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcbZCR0p625UKo_OYvrElaRIi04Gkl1WkUMLcm6lRCZ89itumOQcijzGbkorxXxFdeUU-0GOzdN6RfaERyrEbTxiuYBp1b0eVazmbAAvcx942bnQD8Qv4OTA7qu62VWpM2zSHjfJZH1BZe/s1600/manaus.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; width: 275px; float: left; height: 183px; cursor: pointer;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5525414199360949378" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcbZCR0p625UKo_OYvrElaRIi04Gkl1WkUMLcm6lRCZ89itumOQcijzGbkorxXxFdeUU-0GOzdN6RfaERyrEbTxiuYBp1b0eVazmbAAvcx942bnQD8Qv4OTA7qu62VWpM2zSHjfJZH1BZe/s320/manaus.jpg" border="0" /></a> <meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><div style="text-align: justify;"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5Cascom%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5Cascom%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5Cascom%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml"><style> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:"Cambria Math"; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:roman; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-1610611985 1107304683 0 0 159 0;} @font-face {font-family:Calibri; panose-1:2 15 5 2 2 2 4 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-1610611985 1073750139 0 0 159 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; margin-top:0cm; margin-right:0cm; margin-bottom:10.0pt; margin-left:0cm; line-height:115%; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-fareast-font-family:Calibri; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-language:EN-US;} .MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-size:10.0pt; mso-ansi-font-size:10.0pt; mso-bidi-font-size:10.0pt; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-fareast-font-family:Calibri; mso-hansi-font-family:Calibri;} @page Section1 {size:595.3pt 841.9pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><span style="font-family:arial;">A lembrança mais antiga que eu tenho é uma em que vejo as coisas do alto, onde tudo é daquela textura translúcida, da mesma matéria que compõe os sonhos. Na verdade, ainda hoje não tenho certeza se realmente é uma lembrança ou se é um daqueles sonhos que temos e que, ao acordarmos, teimam em permanecer na nossa alma como memória de algo que vivemos em um passado distante, que não conseguimos localizar no tempo e no espaço.
<br />
<br />Nesta lembrança, é como se eu estivesse no colo de minha mãe em um final de tarde primaveril. Estamos passeando em uma rua asfaltada, mas cercada de verde. Meu irmão anda ao lado e puxa por um pedaço de barbante um carrinho de madeira. Em uma casa próxima, há uma garota na janela de um segundo andar, que joga pétalas de flores sobre nós quando passamos por perto.
<br />
<br />Comentei algo sobre isso com minha mãe já tem um tempo e ela me explicou que a rua era onde ficava nossa casa, quando morávamos em Manaus (AM), o lugar onde nasci, e que a garota que jogava flores era a nossa vizinha, namoradinha do meu irmão, na época com quatro anos de idade. Será que ela falou isso para instigar ainda mais a minha imaginação??? Independentemente dessa resposta, a lembrança está instalada em minha memória como um fato real.
<br />
<br />Com efeito, nasci em Manaus. Um daqueles episódios de nossa vida sob o qual não temos gerência nenhuma, mas que são decisivos para nossa existência, como o lugar em que nascemos, o nome que levamos, a denominação religiosa em que somos batizados... Nasci apenas, e nem sequer tive chance de ter consciência de quem eu era e onde estava, fui arrebatada de lá para outro lugar: Belém (PA) e é como se aqui tivesse nascido, pois foi aqui que me identifiquei como um ser no mundo, que me tornei uma estatística e ocupei um lugar no espaço.
<br />
<br />De Manaus, apenas criei lembranças e sonhos. Lembro de uma casa grande, branca, tinha três pátios, cada um com o chão de uma cor diferente: vermelho, azul, branco... A cozinha era de um tom laranja-tijolo, os utensílios eram vermelhos, da cor do fusca em que meu pai nos levava para passear. Tínhamos um quintal em que minha mãe armava uma piscina de plástico aos domingos. Meus avós, que moravam em um conjunto residencial chamado Jornalista, vinham nos visitar com frequência. Coincidência ou não, hoje eu sou jornalista...
<br />
<br />Não tenho registros mentais de ter estado quando criança na Ponta Negra, no Teatro Amazonas ou ter testemunhado o encontro das águas do Rio Negro com o Rio Solimões, mas é como se esses lugares fizessem parte de mim de tanto ter ouvido falar neles, pois pertencem ao lugar onde eu nasci. O caso é que até pouco tempo havia uma Manaus na minha memória do jeito que eu a havia criado e que tantas vezes eu visitei em sonhos infantis e outra, a que realmente existe e que constitui a capital de um estado da federação brasileira: o Amazonas, sobre o qual eu apenas conhecia de livros e das conversas de meus pais.
<br />
<br />Conheci, de fato, o lugar onde eu nasci aos 25 anos. A cidade deve ter mudado desde o tempo em que a habitei, antes mesmo de completar o meu primeiro ano de vida. Percebi que o lugar é bem mais do que a casa com os três pátios, o quintal e o conjunto residencial dos meus avós. Ela também não tem nada dos estereótipos criados pelos livros preconceituosos que a figuram como um lugar de florestas, animais selvagens e índios por toda a parte. A Manaus real entrou em choque com a Manaus da minha memória e a Manaus que gostariam que ela fosse.
<br />
<br />Gostei de tê-la conhecido, mas não tenho certeza se poderei substituí-la dentro de mim. Prefiro guardar a imagem fantasiosa que eu mesma criei, do que carregar na alma a concretude de uma metrópole que não tem nada de diferente das outras. O lugar onde eu nasci era especial, tão especial que nem mesmo sabia como ele era. Desvendá-lo, é como desencantar uma parte de mim que só existia no devaneio e na imaginação e, por isso, era mais bela e mais pura.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial;"></span> </div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial;"></span> </div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;"></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;">
<br />Benditas as coisas que não sei</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;">Os lugares que não fui</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;">Os gostos que não provei</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;">Meus verdes ainda não maduros</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;">Os espaços que ainda procuro</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;">Os amores que nunca encontrei</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;">Benditas coisas que não sejam benditas</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;"></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;"></span> </div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;"></span> </div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;">
<br />Esse post tem trilha sonora, </span><a href="http://www.youtube.com/watch?v=med20Y9OK8M"><span style="font-family:arial;">clique aqui</span></a><span style="font-family:arial;">.</span>
<br /></div>
<br />Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-7711135169451055942010-08-30T18:26:00.000-07:002010-08-31T09:49:05.575-07:00O escritor moderno e a (neo)literatura<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuIaVbs1KQVYEvQc7NCS92LeynyXp78Jy1pnTdfh1k2LQCko0G_L-0p7VmY-ofiRTtWkjyOXCBsvouizUhupFPYSBS1ecB81-hWallqj-mh59n-xMpQX3EcTiZuje1xVlx1BpiN9W_hajQ/s1600/m%C3%A1rio.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 200px; height: 131px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuIaVbs1KQVYEvQc7NCS92LeynyXp78Jy1pnTdfh1k2LQCko0G_L-0p7VmY-ofiRTtWkjyOXCBsvouizUhupFPYSBS1ecB81-hWallqj-mh59n-xMpQX3EcTiZuje1xVlx1BpiN9W_hajQ/s200/m%C3%A1rio.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5511406215273390402" border="0" /></a>Em mais uma <a href="http://www.hangarcentrodeconvencoes.com.br/?q=xiv-feira-pan-amaz%C3%B4nica-do-livro">Feira Pan-Amazônica do Livro</a>, Belém do Pará movimenta o mercado editorial com títulos locais, nacionais e internacionais para todos os gostos, todas as idades, todos os bolsos... e blá, blá, blá... Quem é paraense, vive em Belém, tem o mínimo de senso crítico e já passou por uma das edições da Feira, hoje na sua XIV versão, não consegue mais ver no evento uma grande oportunidade para despertar paixões pela leitura.<br /></div><div style="text-align: justify;"><br />Em uma região com tão poucas políticas públicas voltadas para o fomento da cultura e lazer, qualquer evento gratuito de amplo alcance é sucesso de plateia. Tudo bem que a Feira movimenta ideias, põe conhecimento em circulação, mas nem tudo ali é acessível, a não ser os <span style="font-style: italic;">best sellers</span> em preço promocional e os shows de cantores populares ao ar livre que só reproduzem o que está na mídia.<br /><br />Esse pode até ser um olhar pessimista, mas é verdadeiro. Foi-se o tempo, talvez nas suas primeiras edições, que a Feira trazia para cidade os grandes escritores e as grandes obras. Agora, eles são simples pano de fundo para uma estratégia comercial que não passa de uma imensa celebração à cultura de massa, com alguns poucos momentos que valem a pena.<br /><br />Posso estar sendo apocalíptica ou conservadora demais... O fato é que hoje fui visitar a Feira e participei do bate-papo sobre literatura com o escritor <a href="http://www.marioprataonline.com.br/">Mário Prata</a>. Fiquei um pouco decepcionada, não vou mentir, quando ele confundiu várias vezes Belém com "Natal" e que achava um absurdo jovens terem que ler "O Cortiço", do<span style="color: rgb(204, 0, 0);"> </span><a style="color: rgb(204, 0, 0);" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/E%C3%A7a_de_Queir%C3%B3s"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Eça de Queiroz</span></a>, como leitura obrigatória para o vestibular. Tudo bem errar o nome da cidade, isso acontece, embora várias vezes seja demais. Mas, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Corti%C3%A7o">"O Cortiço"</a>, é do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Alu%C3%ADsio_Azevedo">ALUÍZIO DE AZEVEDO</a>!!!<br /><br />O bate-papo foi um tanto quanto bizarro. Além de "ralhar" com crianças que riam na plateia e discutir com o público qual a posição sexual preferida entre homens e mulheres o que, confesso, rendeu umas boas risadas, ele disse que a literatura no vestibular é NOCIVA.<br /><br />É verdade que ainda há muito a ser feito para conquistar a simpatia dos jovens vestibulandos às leituras que não deveriam ser feitas por obrigação e sim por prazer, mas como fazê-los ter acesso aos clássicos se estão rodeados pela cultura de massa???<br /><br />Rever os conteúdos programáticos dos vestibulares para que passem a cobrar leituras, ainda que canônicas, mais agradáveis, menos densas e mais adequadas à realidade dos jovens é um fato que não só o Mário Prata já percebeu, como milhares de pedagogos, professores e escritores também o fizeram. A verdade é que não dá para trocar o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_Assis">Machado de Assis</a> pela<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Stephenie_Meyer"> Stephenie Meyer</a>, autora de "Crepúsculo", porque com ela não se aprende Língua Portuguesa!!! E ainda corre-se o risco de despertar nos adolescentes predisposições sádicas a hábitos de <a href="http://www.diariodopara.com.br/N-108395-RECONSTITUICAO+DO+CRIME+DO+CEMITERIO+ACONTECE+HOJE.html">vampirismo</a>...<br /><br />O Mário Prata é um escritor aos moldes da Stephenie Meyer. Ele escreve crônicas e romances por encomenda. Há inovação nas suas práticas e democratização da informação, pois ele escreveu um romance inteirinho, <a href="http://www.marioprataonline.com.br/obra/literatura/adulto/anjos/os_anjos_de_badaro_1.htm">"Os anjos de badaró"</a>, tendo como suporte um <span style="font-style: italic;">blog </span><span>e uma <span style="font-style: italic;">webcam</span></span>. Isso é um ponto positivo. Mas, para mim, não pareceu digno quando ele comentou sobre as vantagens de receber $$ antecipadamente para escrever <span style="font-style: italic;">trillers</span> policiais que simplesmente divertem o público, receber $$$ para participar de eventos como o da Feira Pan-Amazônica do Livro e divertir o povo com uma imagem excêntrica, receber $$$$ para fazer do seu momento de produção literária um <span style="font-style: italic;">reality show</span> eletrônico e divertir os internautas...<br /><br />A imagem que Mário Prata me passou foi a de um escritor contemporâneo, totalmente adaptado aos padrões da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstria_cultural">Indústria Cultural</a>. Um autor que se afasta da ideia de "autor romântico", que nasceu para escrever, pois ele mesmo revela que é matemático e, antes de se "descobrir", escritor trabalhava como economista, até que as habilidades com os números o fizeram perceber que estar entre os mais lidos pode ser um negócio bastante rentável se acopanhar as exigências da mídia.<br /><br />Tudo bem, os escritores precisam sobreviver, mas, dessa forma, a Literatura perde a magia... Se os escritores não conservarem a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Obra_de_Arte_na_Era_de_Sua_Reprodutibilidade_T%C3%A9cnica">aura</a> à palavra escrita, não é a indústria de massa que o fará. Eu só tenho pena da nova geração, que poderá nunca entender a diferença entre Stephenie Meyer e Machado de Assis, pelo menos não até que os próprios escritores valorizem sua arte ao invés de fazer dela mera mercadoria.</div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-23469217710518691202010-06-25T10:00:00.000-07:002010-07-12T09:48:10.611-07:00Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj25C4k7gXSxw59jXfhtjbcW4dZxfkGH0eDq-XzKghous96dc66OJufCyYRJSgyWCv9yVwdwhNj85TjSaNjnvm3LC9njSMURHDQFxKVUpIvqMCEq2TGPrAtO6xDnAFMTtxNVuMvV11-cUAJ/s1600/jose-saramago-2711.jpg"><img style="margin: 0px 10px 10px 0px; width: 293px; float: left; height: 227px;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5486900242407684850" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj25C4k7gXSxw59jXfhtjbcW4dZxfkGH0eDq-XzKghous96dc66OJufCyYRJSgyWCv9yVwdwhNj85TjSaNjnvm3LC9njSMURHDQFxKVUpIvqMCEq2TGPrAtO6xDnAFMTtxNVuMvV11-cUAJ/s320/jose-saramago-2711.jpg" border="0" /></a><span style="font-size:85%;"><span style="font-size:78%;"><strong>Este post é dedicado à minha queridíssima irmã. Embora distante, não por isso menos amada</strong></span><br /></span></div><div align="justify"><br /><em><span style="color: rgb(153, 51, 0);font-size:85%;" >Também é deste modo que o destino costuma comportar-se conosco, já está mesmo atrás de nós, já estendeu a mão para tocar-nos o ombro.</span><br /></em><br />Esse é mais um caso em que as palavras viram contra o escritor.... O trecho é de “O conto da Ilha Desconhecida”, um dos mais belos e enigmáticos da carreira de José Saramago, um ateu que entendeu a vida filosoficamente, mais do que ninguém, até o seu último suspiro. </div><div align="justify"></div><br /><div align="justify">O escritor português era um dos maiores nomes da literatura contemporânea, vencedor do prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998 e de um prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa. E, há exatamente sete dias, foi silenciado pelo destino, o único antagonista da vida e do próprio homem.<br /><br />Dentre as produções mais elaboradas de sua carreira, “Ensaio sobre a Cegueira”, “O evangelho segundo Jesus Cristo”, “Memorial do Convento” e o mais recente “Caim”. Todas permeiam a essência da condição humana, representam o homem diante do dilema mais cruel e doloroso da vida: o existencial.<br /><br />Mas é em uma das suas histórias mais simples e curtas, na minha humilde opinião de leitora, que o escritor vai mais a fundo na descrição do que todo homem deseja e espera da vida. “O conto da Ilha desconhecida” traz como personagem principal “o homem”, um homem qualquer que empreende uma busca obscura, porém necessária, que reflete a natureza de toda a humanidade.<br /></div><div align="justify"></div><p align="center"><img style="margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 200px; display: block; height: 150px;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5486900611933308050" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK1v0Z5tn7RwIxpHF6nlO_jwBBztSEZtSN0npSOvj-MHjUyocTJS8tDAnTXQ00hGocLwJgilRcr2pgwrcZs9444f1byUTkqxTEs4bpUjJgD2XdxPUzhSMPlU5-wgM90XYBjii1vNmLgVyd/s200/Ilha.jpg" border="0" /></p><br /><div align="justify">E, talvez, seja exatamente esse o intuito de Saramago ao não usar nomes para seus seres de papel, referindo-se a eles apenas por alguma de suas características físicas ou psicológicas, na tentativa, talvez, de permitir que o leitor se identifique com eles e possibilitando que cada um de seus personagens pudesse vir a ser a representação de cada um de nós.<br /><br />“O conto da Ilha desconhecida” é uma crítica justamente à ideia de que os seres humanos nascem fadados a um dado destino previamente definido, se tornando impotentes diante do mundo e se conformando com o que a vida naturalmente lhes proporciona. A narrativa nos impulsiona a buscar o desconhecido, a enfrentar nossas limitações e tomarmos as decisões que possam dar sentidos diferentes a nossa existência, caso sejamos capazes de ultrapassar toda a moral, normas de conduta e pré-conceitos que nos rodeiam.<br /><br /><span style="color: rgb(153, 51, 0);"><em><span style="font-size:85%;">E vieste aqui para me pedires um barco, Sim, vim aqui para pedir-te um barco, E tu quem és, para que eu to dê, E tu quem és, para que não mo dês, Sou o rei deste reino, e os barcos do reino pertencem-me todos, Mais lhes pertencerás tu a eles do que eles a ti, Que queres dizer, perguntou o rei, inquieto, Que tu, sem eles, és nada, e que eles, sem ti, poderão sempre navegar.</span> </em></span></div><div align="justify"><span style="color: rgb(153, 51, 0);"><em><br /></em></span></div><em></em><div align="justify">Saramago entendeu em seus 87 anos de vida, que “todo homem é uma ilha”, na medida em que cada ser encerra dentro de si algo de essencial que o torna único e inigualável. O escritor compreendeu também que “é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós”. À revelia do destino, na vida, estamos sujeitos a uma série de embates com o <em>status quo</em>, com o estado consolidado das coisas. O mérito da existência humana vem da resistência às adversidades.<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUmAxofSt-YDpjkCzC_-mpfyb8HQP640fzdjqT2a-HGHxRizBw4fncBgy7AyF9EOOFVOhRIriGx2luD3dFNyS0N7gr82GJMyoNgVduEpNCJ440rJkMrbhH4qBiKpLI0OtSYbHWjSWfwOlp/s1600/saramago_a.jpg"><img style="margin: 0px 0px 10px 10px; width: 123px; float: right; height: 138px;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5486901131951578322" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUmAxofSt-YDpjkCzC_-mpfyb8HQP640fzdjqT2a-HGHxRizBw4fncBgy7AyF9EOOFVOhRIriGx2luD3dFNyS0N7gr82GJMyoNgVduEpNCJ440rJkMrbhH4qBiKpLI0OtSYbHWjSWfwOlp/s200/saramago_a.jpg" border="0" /></a><br /><span style="font-size:85%;"><span style="color: rgb(153, 51, 0);"><em>Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites, manhãs e madrugadas em que não precisamos de morrer. Então, sabemos tudo do que foi e será.</em></span><br /></span><br />porque<br /><br /><span style="color: rgb(153, 51, 0);font-size:85%;" ><em>Todos sabemos</em> [ou pelo menos deveríamos saber] <em>que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais.</em><br /></span><br />A Ilha Desconhecida que tanto procurava o “homem” do conto de Saramago, na realidade, o tempo todo, estava no interior dele próprio. O desafio maior da personagem era o de dar sentido à própria existência e conseguiu concretizar esse desejo ao enfrentar o seu próprio destino e não sucumbir aos perigos e riscos que poderia sofrer ao mergulhar na aventura de um novo amor.<br /><br /><span style="color: rgb(153, 51, 0);font-size:85%;" ><em>É preciso variar, se não tivermos cuidado a vida torna-se rapidamente previsível, monótona, uma seca...</em></span> </div><div align="justify"><br /></div><p align="center"><img style="margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 259px; display: block; height: 181px;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5486901675704987186" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCxhYepI5ucPK2di6m9Q8JjSXLlqSIB_Xg7nSgt_k2RZfUcuWVXbWbGDy1zc_Ajmr3AACWhqDlZesd7pNVpcBcQHHuo5m-f5b-qicmg6CBT4begr2ETZQgHZsCC1KKSiT_Ve5jgywXwZLB/s320/vida-de-casal.jpg" border="0" /></p><br /><div align="justify"></div><div align="justify">E para um sábio homem que concebe a verdade de que “viver sozinho é um duríssimo castigo”. O que está implícito na moral da história do grande escritor português é claramente expresso por outro, não menor, representante das letras brasileiras, João de Guimarães Rosa, que, em "Grande Sertão Veredas", diz: “Só se pode viver perto do outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tiver amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso da loucura”.<br /></div><div align="justify"><br />*****</div><div align="justify"></div><div align="justify">Para ler a íntegra de “O conto da Ilha Desconhecida”, <a href="http://www.releituras.com/jsaramago_menu.asp">clique aqui</a>.<br /><br />Outros pensamentos de José Saramago em <a href="http://www.pensador.info/autor/Jose_Saramago/">Pensador.Info</a>.<br /><br />Grande Sertão Veredas, está disponível <a href="http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/1112591">aqui.</a></div><div align="justify"></div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-78412344730182303832010-05-13T05:09:00.000-07:002011-04-07T20:56:24.637-07:00Passeios pelos bytes da ficção<div style="text-align: justify;">Começa a escurecer e a penumbra toma conta do ambiente, o que me faz apertar os olhos diante da claridade do computador. Chove lá fora e todos já foram embora. Estou sozinha no escritório. Ouço passos. Rumores fugazes no corredor. Olho para trás, mas não vejo nada. Atribuo os sons à minha imaginação fértil, porém cansada, e, volto ao trabalho. Em seguida, sinto algo tocar em meu ombro...<br /><br />- Aaahhhhh!!!<br /><br /><br />Mentira, isso é mentira.<br /><br /><br />Na realidade, estou forçosamente em uma sala de reunião. O assunto em pauta é sacal. Cada minuto completado parece uma eternidade. Olho o quadro com uma paisagem bucólica pendurado na parede e me imagino entrando na tela, navegando num mar de tinta, rumo ao pôr-do-dol.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVF51ppqtI9f0osqTZH4xEzCQbmGukCEyBmswZcyMg4Ens0R6NLP41Q8x65U5T9F6mtDkaFQS51CQxUx8V8pk9L0J-0XBJSgfW-tHe20m7qaO1a7VkPy05l9VISvPK78hWzDXDYlCAM9KV/s1600/paisagem.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 200px; height: 145px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVF51ppqtI9f0osqTZH4xEzCQbmGukCEyBmswZcyMg4Ens0R6NLP41Q8x65U5T9F6mtDkaFQS51CQxUx8V8pk9L0J-0XBJSgfW-tHe20m7qaO1a7VkPy05l9VISvPK78hWzDXDYlCAM9KV/s200/paisagem.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5471186847482010082" border="0" /></a><br />Mas isso é outra mentia.<br /><br /><br />Na verdade verdadeira, estou em meu quarto, com uma caneca de café. É dia claro e escrevo no meu blog, enquanto deveria estar lendo uma pilha de textos para o Mestrado. Entretanto, quem garante que a cena é realmente essa?<br /><br /><br />De fato, estou em frente ao computador, mas não bebo café...<br /><br /><br /><div style="text-align: center;">*****<br /></div><br /><br />Ultimamente a vida não tem sido interessante o bastante para render posts. O dia-a-dia comum, o ordinário. Eu poderia inventar coisas e entreter meus leitores com a boa e velha ficção, mas eis que minha imaginação não é tão fértil assim. Como diria Umberto Eco, "os mundos ficcionais são parasitas do mundo real" (<span style="font-style: italic;">Seis passeios pelos bosques da Ficção</span>. cia das Letras, 2004).<br /></div><br /><div style="text-align: right;"><br /></div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5998146845769498835.post-4308936700766959322010-04-01T06:48:00.000-07:002010-04-01T07:24:06.669-07:001/4 de século<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvUt-WstjSaXYzSq6WTttiSopGNinA_JgLpDiz9abES9SXpsT6CinLgQaeygjJrVxCE9WYxi51aDfQhyphenhyphenqekBDpivs51aQUatFdQkJJH4lHuD8Bfb9yvhzr7mW4zca7nlhJV8udmPGrty7b/s1600/aniversario.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 154px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvUt-WstjSaXYzSq6WTttiSopGNinA_JgLpDiz9abES9SXpsT6CinLgQaeygjJrVxCE9WYxi51aDfQhyphenhyphenqekBDpivs51aQUatFdQkJJH4lHuD8Bfb9yvhzr7mW4zca7nlhJV8udmPGrty7b/s200/aniversario.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5455172397496483186" border="0" /></a>Depois de muito tempo, hoje, olhei pela janela e vi a grama mais verde, viva, e não seca. Os campos floresceram. Após muitos anos de inverno, cheguei na prinavera de minha vida e, neste dia tão especial, completo 25 anos... Kkkkkkk, fala sério!!!!<br /><br />Parece até piada de 1º de abril, porque, quem me conhece sabe que eu sempre odiei fazer aniversário. Ficção ou realidade, o período da data do meu nascimento, muitas vezes, representou para mim um verdadeiro inferno astral.<br /><br />Mas é verdade que, dessa vez, não estou tão abalada por estar envelhecendo. Ainda que a força do hábito me obrigue a lamentar um pouco e arrepiar com o agouro do azar que já me fez adoecer, pegar chuva e ficar no prego na estrada quando deveria estar ganhando presentes e "parabéns pra você", sinto-me feliz.<br /><br /><a href="http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/92/">"O futuro não é mais como era antigamente"</a>, como diria Renato Russo. Atingi alguns objetivos, realizei alguns sonhos e a vida, enfim, se tornou mais leve. Certas pessoas dirão que pode ser culpa do amor, outras diriam que estou amadurecendo, ou quem sabe, ambos os motivos.<br /><br />Continuo com medo de envelhecer, a solidão ainda me assusta, outros sonhos permancem por realizar, mas, esse ano, decidi tentar a técnica do pensamento positivo: "mentalizar coisas boas atrai coisas boas". E assim pretendo levar minha vida deste 1/4 de século em diante.<br /></div>Repórter de Sandáliashttp://www.blogger.com/profile/06872099502458501647noreply@blogger.com6