quinta-feira, 13 de maio de 2010

Passeios pelos bytes da ficção

Começa a escurecer e a penumbra toma conta do ambiente, o que me faz apertar os olhos diante da claridade do computador. Chove lá fora e todos já foram embora. Estou sozinha no escritório. Ouço passos. Rumores fugazes no corredor. Olho para trás, mas não vejo nada. Atribuo os sons à minha imaginação fértil, porém cansada, e, volto ao trabalho. Em seguida, sinto algo tocar em meu ombro...

- Aaahhhhh!!!


Mentira, isso é mentira.


Na realidade, estou forçosamente em uma sala de reunião. O assunto em pauta é sacal. Cada minuto completado parece uma eternidade. Olho o quadro com uma paisagem bucólica pendurado na parede e me imagino entrando na tela, navegando num mar de tinta, rumo ao pôr-do-dol.


Mas isso é outra mentia.


Na verdade verdadeira, estou em meu quarto, com uma caneca de café. É dia claro e escrevo no meu blog, enquanto deveria estar lendo uma pilha de textos para o Mestrado. Entretanto, quem garante que a cena é realmente essa?


De fato, estou em frente ao computador, mas não bebo café...


*****


Ultimamente a vida não tem sido interessante o bastante para render posts. O dia-a-dia comum, o ordinário. Eu poderia inventar coisas e entreter meus leitores com a boa e velha ficção, mas eis que minha imaginação não é tão fértil assim. Como diria Umberto Eco, "os mundos ficcionais são parasitas do mundo real" (Seis passeios pelos bosques da Ficção. cia das Letras, 2004).