quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Belém 40º


Foto de Manoel Neto*

Essas tardes belemenses estão cada vez mais quentes. Tanto, que vai batendo uma agonia de ter as pernas coladas no plástico da cadeira ou a costa molhada de suor no contato com o lençol que somos obrigados a sair de casa sem destino em busca de aventura e "colher as flores que nascem no asfalto".

Com disposição e criatividade é possível ver a cidade tomando cores e formas nunca antes percebidas. É só colocar a voz do Humberto Gessinger no volume máximo e deixar o vento assanhar os cabelos enquanto se canta em alto e bom som: "se faltar calor, a gente esquenta", "se ficar pequeno, a gente aumenta", "se não existir, a gente inventa".


A melhor parte é que, se a imaginação falhar, sempre haverá a opção de ir parar na beira do rio, privilégio de quem mora nesta terra de águas férteis e verão de um ano inteiro. Uma cervejinha pra refrescar, uma conversa animada, o cheiro de outubro chegando, um belo pôr-do-sol e pronto: não quero outro lugar pra viver.

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Em tempos de Círio, até quem não é daqui se sente mais paraense. Salve, salve a Nazinha!

:)

*OBS.: A foto fantástica lá no topo foi gentilmente emprestada pelo amigo, fotógrafo profissional, que também é professor de Física nas horas vagas, Manoel Neto. Para conferir outras imagens belíssimas da "Belém das Águas", clique aqui.

12 comentários:

Karen Santos disse...

Jéssica, em belas palavras descreves, "fervorosamente", a nossa cidade... Que só de lê, já dá pra imaginar o calor escaldante da cidade, amenizado com uma minuciosa garoa seguida de uma chuva torrencial! rsrsrs... Aqui fica meu apreço pelo texto!

Unknown disse...

Jéssica querida, o texto é lindo e tudo mais eu ainda reclamo do calor... é muito! Mas temos q apreciar o q temos de melhor não é mesmo? bjsss

Jen disse...

Nossa me deu até saudades desse calorzinho... do rio... do por-do-sol... principalmente do por-do-sol q não existe aqui em sao paulo...

Anônimo disse...

casamento perfeito: teu texto com as fotos do Manoel Neto. Aproveito pra dizer que o texto do Círio de hoje ficou uma graça e para agradecer as mãos dadas para os meus primeiros passos na blogsfera. Devo confessar que estou adorando! Tem sido uma delícia de trabalho. Obrigada!

Anônimo disse...

O Anônimo sou eu: Rosyane rsrsrsrs

CrápulaMor disse...

Ai, nem me fala de Belém! Principalmente não me fala de Círio, que é o supra-sumo de Belém. Que saudade dessa terra! A distância do calor infernal, confesso, me conforta um pouco.

Thiago Batista disse...

Sim, li um pouco da tua relação com a música no post "Vai dar samba". Na verdade li todas dessa página. Que bom que gostou de Think of One, o blog tá parado um bom tempo, criei não faz muito tempo, só que to numa crise existencial quanto ao conteúdo, gosto muito de músicas, muito mesmo, só que tenho vontade de colocar outras coisas, sei lá penso em colocar alguns texto mais ainda não me sinto capacitado pra isso. Enfim, obrigado pela visita. E, apareça por lá sempre que poder.

Ed Santos disse...

Adorei seu blog como um todo, tanto que ele está recomendado lá no meu! rsrs...se puder dá uma passadinha lá. Estou pensando em escrever um artigo sobre blogs relevantes e o seu certamente está na lista.

Extrañissimo disse...

Bela paisagem da bucólica Belém. Bateu até saudade do calorão. Deu vontade de pintar uma paisagem assim mesmo em preto e branco. Parece uma daquelas tardes com cara de anúncio de chuva carregada chegando

Ed Santos disse...

Obrigado por passar lá no blog e também pelo seu comentário!

Unknown disse...

Belém é uma efemeridade na memória. Produto de discursos, por vezes, poéticos e saudosistas. O objeto 'Belém' é pragmático e não deve ser relativizado em função da percepção visual ou recordação afetiva. A sua interpretação revela uma urbis fraturada pela dificuldade em estabelecer um diálogo historicamente coerente entre o ambiente natural e a matéria construída. A cidade mereceria muito mais do que existe, e que por vezes, consideramos suficiente para alentar saudades.

Controversus disse...

Essa parte do plástico da cadeira, identificação total! Lembro que eu ficava banhado em um sofá plastificado que tinha em casa. Tá na hora de um novo post, hein? Não siga meu exemplo! rsrs

bjao

Alan