Sábado, 15h30. Hora da cesta. "Onde estou?". Sala de aula. A Linguagem e o Texto Literário. O professor fala qualquer coisa sobre a ordem do discurso, de Foucault. Viagem pesada é coisa pouca! E olha que eu estava sóbria. Porre mesmo só de sono.
A tarde é cinza e, na janela, uma paisagem de outono: folhas secas no gramado. "Quando eu me tornei tão seca quanto aquelas folhas?".
"Rememoração", "vínculo inconsciente", "delírio"... Fragmentos de discurso, repentes de compreensão. Agora, toda a linguagem é produzida dentro de um delírio. "Seca de emoções, mas não de idéias".
Minha visão treme. Tento focalizar o professor, mas meu olhar vai além. Reparo o encardido na parede. Percebo a lousa vazia. Tempos em que o quadro é branco e não negro. "O que preciso saber?".
O assunto da aula dialoga com a filosofia de Aristóteles e de Platão. No entanto, quem me vem a mente é Sócrates e o "só sei que nada sei". "Quando foi que me tornei tão vazia quanto aquela lousa?".
Não, definitivamente, não é literatura para deleite. Tem algo mais. É rigor acadêmico.
Somados a esses deliramentos, me imagino, em meio a classe, soltando um grito de liberdade. "Vazia de doutrinas e de teorias, mas não de pensamentos e atitudes".
Me controlo.
"O absoluto existe. Existe a ciência. Sabedoria total". É o discurso do mestre. Resguardo minha a aversão ao conhecimento totalizante. "Qual o temor em ser descoberta?".
A busca do absoluto é uma piada. Entre a ignorância e o esquecimento, erros e falhas são condições da humanidade.
Para além da lógica do "penso, logo existo" de Descartes, "erro e ignoro, portanto sou", filosofo eu mesma (SANDÁLIAS, Repórter. 2009).
Saio da aula meio tonta. Quisera eu que a brancura na minha mente, naquela hora, fosse o reflexo da pureza do conhecimento. Mas não. Tudo são aparências...
Conclusão: "preciso estudar"!
A tarde é cinza e, na janela, uma paisagem de outono: folhas secas no gramado. "Quando eu me tornei tão seca quanto aquelas folhas?".
"Rememoração", "vínculo inconsciente", "delírio"... Fragmentos de discurso, repentes de compreensão. Agora, toda a linguagem é produzida dentro de um delírio. "Seca de emoções, mas não de idéias".
Minha visão treme. Tento focalizar o professor, mas meu olhar vai além. Reparo o encardido na parede. Percebo a lousa vazia. Tempos em que o quadro é branco e não negro. "O que preciso saber?".
O assunto da aula dialoga com a filosofia de Aristóteles e de Platão. No entanto, quem me vem a mente é Sócrates e o "só sei que nada sei". "Quando foi que me tornei tão vazia quanto aquela lousa?".
Não, definitivamente, não é literatura para deleite. Tem algo mais. É rigor acadêmico.
Somados a esses deliramentos, me imagino, em meio a classe, soltando um grito de liberdade. "Vazia de doutrinas e de teorias, mas não de pensamentos e atitudes".
Me controlo.
"O absoluto existe. Existe a ciência. Sabedoria total". É o discurso do mestre. Resguardo minha a aversão ao conhecimento totalizante. "Qual o temor em ser descoberta?".
A busca do absoluto é uma piada. Entre a ignorância e o esquecimento, erros e falhas são condições da humanidade.
Para além da lógica do "penso, logo existo" de Descartes, "erro e ignoro, portanto sou", filosofo eu mesma (SANDÁLIAS, Repórter. 2009).
Saio da aula meio tonta. Quisera eu que a brancura na minha mente, naquela hora, fosse o reflexo da pureza do conhecimento. Mas não. Tudo são aparências...
Conclusão: "preciso estudar"!