Alguns sonhos destruídos, ideais vendidos e romantismos superados mais tarde... eis-me aqui. Uma das poucas paraenses felizardas que pode dizer: jornalista, sim! Desempregada, não! Conquistei meu espaço no funcionalismo público e descobri meu talento no jornalismo institucional. Exatamente, por isso, exerço a profissão, sim, mas continuo usando sandálias. Não apenas por uma questão de estilo e conforto, mas também, e principalmente, pelo desejo que sempre existiu dentro de mim em subverter a ordem, empunhar bandeiras de luta e constestar injustiças sociais. Por favor, não pensem que eu me enquadro no estereótipo do servidor acomodado e desocupado que cumpre carga horária tomando cafezinho e batendo papo nos corredores da instituição, de pernas para o ar. Longe de mim!
Politicagens e pieguices a parte, já tendo revelado meus próprios preconceitos inrrustidos, confesso que acho até muito o blog que criei com o objetivo de não me render à vagabundagem e ao sedentarismo enquanto me encontrava sem emprego e sem esperanças de um dia alcançar o mais alto cargo nas Organizações Globo de Jornalismo, ter resultado em míseros três posts, jamais lidos e jamais comentados. Mas, agora que consegui meu lugar ao sol, achei que deveria voltar-me para o passado e resgatar alguns dos antigos pensamentos que deixei soltos, engavetados e perdidos no mundo virtual.
A idéia original do blog não foi ruim. Minha proposta era a de apresentar aqui um jornalismo ou questões referentes ao fazer jornalístico com um outro olhar, a saber um olhar desinteressado, mas nem por isso acrítico, acerca da realidade da profissão e a relação desta com a sociedade, além, é claro, de ocupar minha mente com alguma atividade produtiva e racional, que me obrigasse a não me habituar aos inegáveis prazeres do ócio, pois, como todos sabem, "mente vazia é oficina do diabo".
De volta ao mercado de trabalho e, melhor ainda, ao ambiente acadêmico, arregaço as mangas e me proponho a retomar a iniciativa, já partindo da reflexão sobre como os valores pós-modernos interferem nos diferentes espaços em que a Comunicação atua atualmente. O tema prioriza o que estamos vivendo hoje. Antes, a Comunicação ficava restrita a uma folha de jornal, a uma freqüência de rádio ou a uma tela de TV, e pronto. Agora, com o advento do computador e a expansão da internet, isso muda. Cada vez mais, os métodos utilizados pra comunicar são inúmeros: celular, msn, orkut, blogs...
Daí, vem a revolucionária conclusão: a produção de conteúdos através da web é a salvação de gentes alternativas e desocupadas como eu, que insistem em usar sandálias no dia-a-dia das repartições públicas e que tem na arte de escrever a sua única e verdadeira paixão na vida. Sim, sou funcionária pública. Sim, sou jornalista. Mas, principalmente, SIM, sou cidadã do século XXI e me beneficio dos avanços do meu tempo para usar das novas formas de comunicar que a tecnologia me oferece. Hoje, minhas atitudes são medidas em bytes; minhas palavras se decodificam no formato on line; meus pensamentos são instântaneos e informatizados; e minha memória é totalmente virtual. De real mesmo, neste momento, só as minhas sandálias e o meu imenso tempo livre.
3 comentários:
Procurei ler o seu blog desde que soube que vc tinha um. Mas, de fato, nunca comentei. Boa parte da culpa foi por meu computador ter pifado e eu depender por ora de um notebook cujos acentos nao funcionam. Mas agora é questao de honra: vc escreve muito bem! E sei que a tendencia é ficar ainda melhor! bjos, Igor
Interessantíssimo o blog para jornalistas e questionadores em geral.
Visitei.
Li.
Aprovei!
Mas como aspirante a psicanalista que sou, não poderia deixar de notar o ato falho...
"atividade 'racioANAL'"?!?
hehehehe
Beijos enormes e sucesso pra você, que é um dos amores mais antigos da minha vida.
Ooopss... Nem tinha percebido.
Valeu, prima!
Já corrigi.
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