No palco, ares de lutas incansáveis, voz impostada e articulação nervosa. Na platéia, ouvidos atentos, olhos curiosos, perguntas à espera de respostas. Em debate, os desafios da cobertura jornalística sobre o meio ambiente na Amazônia.
Marina Silva visitou Belém essa semana e falou para uma pequena parcela de seus possíveis futuros eleitores sobre a necessidade de ressignificar a mídia de atualmente diante da inevitabilidade em tratar questões ambientais.
A senadora, que já foi ministra do meio ambiente, conceituou sustentabilidade ecológica e falou que a sustentabilidade também deve existir em caráter econômico, político, estético e cultural e lembrou que a questão está entre os temas estratégicos que devem ser colocados em debate, atualmente, no Brasil.
Marina destacou ainda que, em tempos de aquecimento global e outros grandes problemas ambientais que marcam a história de nossa geração, existe uma tedência equivocada de flexibilização da legislação voltada à preservação ecológica e exploração dos recursos naturais, que entra em conflito com as reais necessidades do planeta ao não buscar consonância com as metas mundiais de redução da poluição e destruição do meio ambiente.
A candidata presidenciável às eleições de 2010 pelo Partido Verde (PV) ressaltou que essa tendência pode se justificar por outro grande defeito brasileiro: a carência de valores éticos e morais duradouros entre as autoridades políticas do nosso país, uma vez que iniciativas como as açães voltadas para a sustentabilidade em todas as suas formas de aplicação deveriam advir naturalmente de um princípio ético da condição humana e não de uma palavra de ordem.
Para minimizar ou amenizar os problemas ambientais do planeta, a ex-ministra disse que é preciso atitudes generosas aliadas a um governo democrático e transparente, que estimule a sociedade a dar o melhor de si onde mais for necessário, como no caso da Amazônia.
Com um fôlego incansável, recordou do episódio de construção da Hidrelétrica de Belo Monte e de como os acontecimentos consequentes ocorreram conforme o previsto e que tudo poderia ter sido evitado se tivesse havido diálogo político e social. E, em meio a aplausos e gritinhos de "Marina Silva, presidente!", concluiu que não se pode sustentar uma governabilidade a qualquer custo.
Muitos brasileiros, hoje, vivem em uma situação que se pode denominar de analfabetismo ambiental ao não conhecerem as causas e as dimensões dos efeitos que podem ser gerados , por exemplo, pela "montanha" de lixo deixada na areia de uma praia após um fim de semana de julho. É aí que entra a grande missão do jornalismo ambiental, ramo do jornalismo científico, que tem como objetivo transformar o conhecimento "técnico" sobre a natureza o mais acessível possível a todo tipo de público.
O desafio para a ressignificação da mídia no tratamento desse tema, portanto, principalmente na Amazônia, passa não somente pela sensibilização do povo para que sejam mais solidários com as gerações futuras ou em trabalhar tecnologia para se ter o maior alcance e abrangência de recepção em regiões de largas extensões territoriais, como o Norte do Brasil, mas passa também pela dimensão do conhecimento.
Não temos na imprensa local jornalistas especializados para falar sobre meio ambiente ou sobre a Amazônia na própria Amazônia.
O que falta aos profissionais jornalistas de nosso país é o conhecimento sobre como fazer jornalismo ambiental nos mais diferentes cenários e saber fazer as perguntas certas para contemplar a diversa realidade brasileira na tentativa de levar ao povo a compreensão de que o homem só alcançará o verdadeiro sentido de sustentabilidade quando entender a Terra como um prolongamento do seu próprio corpo.
A senadora, que já foi ministra do meio ambiente, conceituou sustentabilidade ecológica e falou que a sustentabilidade também deve existir em caráter econômico, político, estético e cultural e lembrou que a questão está entre os temas estratégicos que devem ser colocados em debate, atualmente, no Brasil.
Marina destacou ainda que, em tempos de aquecimento global e outros grandes problemas ambientais que marcam a história de nossa geração, existe uma tedência equivocada de flexibilização da legislação voltada à preservação ecológica e exploração dos recursos naturais, que entra em conflito com as reais necessidades do planeta ao não buscar consonância com as metas mundiais de redução da poluição e destruição do meio ambiente.
A candidata presidenciável às eleições de 2010 pelo Partido Verde (PV) ressaltou que essa tendência pode se justificar por outro grande defeito brasileiro: a carência de valores éticos e morais duradouros entre as autoridades políticas do nosso país, uma vez que iniciativas como as açães voltadas para a sustentabilidade em todas as suas formas de aplicação deveriam advir naturalmente de um princípio ético da condição humana e não de uma palavra de ordem.
Para minimizar ou amenizar os problemas ambientais do planeta, a ex-ministra disse que é preciso atitudes generosas aliadas a um governo democrático e transparente, que estimule a sociedade a dar o melhor de si onde mais for necessário, como no caso da Amazônia.
Com um fôlego incansável, recordou do episódio de construção da Hidrelétrica de Belo Monte e de como os acontecimentos consequentes ocorreram conforme o previsto e que tudo poderia ter sido evitado se tivesse havido diálogo político e social. E, em meio a aplausos e gritinhos de "Marina Silva, presidente!", concluiu que não se pode sustentar uma governabilidade a qualquer custo.
Muitos brasileiros, hoje, vivem em uma situação que se pode denominar de analfabetismo ambiental ao não conhecerem as causas e as dimensões dos efeitos que podem ser gerados , por exemplo, pela "montanha" de lixo deixada na areia de uma praia após um fim de semana de julho. É aí que entra a grande missão do jornalismo ambiental, ramo do jornalismo científico, que tem como objetivo transformar o conhecimento "técnico" sobre a natureza o mais acessível possível a todo tipo de público.
O desafio para a ressignificação da mídia no tratamento desse tema, portanto, principalmente na Amazônia, passa não somente pela sensibilização do povo para que sejam mais solidários com as gerações futuras ou em trabalhar tecnologia para se ter o maior alcance e abrangência de recepção em regiões de largas extensões territoriais, como o Norte do Brasil, mas passa também pela dimensão do conhecimento.
Não temos na imprensa local jornalistas especializados para falar sobre meio ambiente ou sobre a Amazônia na própria Amazônia.
O que falta aos profissionais jornalistas de nosso país é o conhecimento sobre como fazer jornalismo ambiental nos mais diferentes cenários e saber fazer as perguntas certas para contemplar a diversa realidade brasileira na tentativa de levar ao povo a compreensão de que o homem só alcançará o verdadeiro sentido de sustentabilidade quando entender a Terra como um prolongamento do seu próprio corpo.
Para reflexão, fica um poema recitado por Marina:
Arco e Flecha
Do arco que empurra a flecha,
Quero a força que a dispara.
Da flecha que penetra o alvo
Quero a mira que o acerta.
Do alvo mirado
Quero o que o faz desejado.
Do desejo que busca o alvo
Quero o amor por razão.
Sendo assim não terei arma,
Só assim não farei a guerra.
E assim fará sentido
Meu passar por esta terra.
Sou o arco, sou a flecha,
Sou todo em metades,
Sou as partes que se mesclam
Nos propósitos e nas vontades.
Sou o arco por primeiro,
Sou a flecha por segundo,
Sou a flecha por primeiro,
Sou o arco por segundo.
Buscai o melhor de mim
E terás o melhor de mim.
Darei o melhor de mim
Onde precisar o mundo.
4 comentários:
Que belo poema. Pena que nem todas as flechas atingem o tão desejado alvo. É como o jornalismo ambiental,que muito tem ajudado mostrando os fatos na tentativa de diminuir o analfabetismo ambiental, por si só, sem incentivo e sem medidas mais ofensivas, como os "ncentivos" que são gastos em campanhas políticas em época de eleições, ele não gera o impacto que dveria gerar. e assim vamos caminhando a passo de formiga. Eis uma das razões para que o jornalismo ambienal precise ser muito bem feito para se acertar na mosca.
Querida,
Adorei o texto. O que mais gosto na Marina é a coerência e a firmeza. Pena que na nossa cidade o PV esteja tão distante do comportamento ético que a causa marece...Quanto a prática do jornalimo ambiental, de fato falta tudo: ética, conhecimento, preparo, interesse, mas apesar de tudo isso não devemos cruzar os braços. bjs
Jéssica, o texto está ótimo! Foi quase um consolo para quem queria ir, mas não pôde. O que Marina fala sobre a sustentabilidade, sobre a plasticidade da nossa legislação, sobre as carências dos valores éticos e como tudo tem acontecido aqui na Amazônia não é novidade. Mas acho que o diferente dessa história reside na figura da Marina, com seus objetivos políticos sim, mas com ética, sem demagogia e sem o famoso "rabo preso" dos pares do Planalto e de grande parte dos congressistas.
Talvez, por isso - numa incoerência justificável em nossa história política - não acredito que ela possa ser eleita presidenta em 2010 (caso candidate). Mas temos 2014, 2018...
Sério que a Marina Silva foi em Belém? Que legal! Não Sabia. O desafio da sustentabilidade é que as pessoas são muito imediatistas, e dificilmente se preocupam com as próximas gerações. Soa como algo muito abstrato. Mas a Imprensa pode ajudar mesmo, informando o que fazer ou não fazer, no cotidiano, pra ajudar. A mídia até concede bastante tempo à temática, mas a cobertura precisa ser mais prática e objetiva. Uma certa parcela da população é bastante sensível aos problemas ambientais, e pode começar a fazer a diferença.
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